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Governo dos EUA indicia delator de programa de monitoramento

Ativista de Hong Kong segura cartaz em favor de Edward Snowden durante manifestação | Jerome Favre/Efe
Ativista de Hong Kong segura cartaz em favor de Edward Snowden durante manifestação (Foto: Jerome Favre/Efe)

O jornal americano The Washington Post noticiou ontem que promotores federais acusaram criminalmente Edward Snowden, ex-técnico da CIA acusado de vazar informações sobre o programa de monitoramento norte-americano.

Segundo funcionários ouvidos pelo jornal, Snowden foi acusado de espionagem, roubo e conversão de propriedade do governo. De acordo com a publicação, os Estados Unidos pediram a Hong Kong – local para onde o técnico em informática viajou pouco antes de as informações serem publicadas e onde está desde então – para detê-lo.

Procurado pelo jornal, um porta-voz do De­­partamento de Justiça se recusou a comentar o assunto. Segundo a reportagem, a queixa contra Snowden foi apresentada em um distrito da Virgínia, jurisdição onde o ex-empregador de Snowden, Booz Allen Hamilton, está sediado.

Ontem a Islândia se recusou a dizer se concederá asilo político a Snowden – um dia antes, um empresário islandês ligado ao grupo WikiLeaks disse que preparou um jatinho na China para levá-lo para o país caso o governo garanta o refúgio. As autoridades, no entanto, evitaram se comprometer. "Para solicitar asilo na Islândia, o indivíduo em questão deve estar presente na Islândia e fazer a solicitação em seu nome", disse um porta-voz do Ministério do Interior.

Interceptações

A agência de espionagem britânica GCHQ interceptou secretamente cabos de fibra ótica, coletando informações de ligações telefônicas, e-mails e tráfego de internet, que eram compartilhadas com a Agência de Segurança Nacional (NSA), órgão semelhante nos Estados Unidos. A informação faz parte de documentos enviados ao jornal britânico The Guardian por Edward Snowden.

A principal novidade nas novas informações passadas por Snowden é a capacidade de a GCHQ armazenar e analisar grandes volumes de dados extraídos dos cabos de fibra ótica. A operação, chamada Tempora, está em funcionamento há 18 meses, e a escala de seu alcance é indicada pelos nomes de seus principais programas: Mastering the Internet (controlando a internet) e Global Telecoms Exploitation (exploração de telecomunicações globais).

"Não é um problema apenas dos Estados Unidos. Eles [GCHQ, a agência de espionagem britânica] são piores do que os EUA", disse Snowden ao Guardian. Em maio do ano passado, a agência britânica tinha cerca de 300 analistas envolvidos nas operações, enquanto a americana tinha 250.

Os documentos indicam que no ano passado a GCHQ manejava 600 milhões de "eventos telefônicos" por dia, havia interceptado mais de 200 cabos de fibra ótica e era capaz de processar dados de pelo menos 46 deles de cada vez.

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