O governo Obama perdeu mais uma disputa judicial na quinta-feira, quando um juiz se recusou a derrubar uma liminar que autoriza a prospecção de petróleo em águas profundas, apesar do acidente no poço da BP no golfo do México.
O mesmo juiz federal de Nova Orleans que na terça-feira concedera a liminar em prol das empresas de petróleo rejeitou o pedido do governo para que a proibição continuasse em vigor enquanto o governo recorre.
Após o acidente no poço da BP, o governo proibiu por seis meses novas perfurações em águas profundas, e as empresas do setor foram à Justiça contra a medida. Na quinta-feira, o juiz Martin Feldman reiterou sua tese de que a proibição foi arbitrária, abrangente demais e injustificada diante dos potenciais prejuízos a trabalhadores e comunidades dependentes da atividade de prospecção de petróleo.
O governo já recorreu a uma instância superior, e disse estar revendo a moratória para torná-la mais flexível, possivelmente abrindo algumas áreas à exploração. Não ficou claro quando as novas regras serão divulgadas.
A decisão judicial de quinta-feira foi mais um golpe para o governo Obama, acusado por críticos de demorar e ser ineficaz em sua reação ao pior vazamento de petróleo da história norte-americana, que já dura 66 dias.
O secretário do Interior, Ken Salazar, disse na quinta-feira ao Congresso que o governo está ciente do impacto econômico da moratória na prospecção, mas que ela é necessária até que seja possível "oferecer uma sensação de segurança ao povo norte-americano de que a perfuração na verdade pode continuar".
As empresas petrolíferas dizem que o governo não provou a necessidade de uma proibição geral, e alertam que a medida pode provocar mais demissões.
Também na quinta-feira, a BP disse que seus sistemas montados para capturar o petróleo que jorra no Golfo do México recolheram ou queimaram na véspera um pouco mais de 2 milhões de litros, uma queda de 38 por cento em relação ao melhor resultado, 3,23 milhões de litros, que havia sido obtido na terça-feira, antes que um acidente submarino paralisasse a operação por dez horas.