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Governo e militares divergem sobre envio de mais soldados para o Haiti

Cobertura do Haiti

A avaliação do comando das forças brasileiras no Haiti é diferente da feita pelo governo sobre o envio de novas tropas para o país caribenho. Para os militares brasileiros, os 1.266 homens que estão no país são suficientes para restabelecer a ordem, o objetivo da missão. A visão do governo é diferente. Tem pressa em enviar mais soldados.

Os militares acreditam que a situação de segurança está sob controle e que a necessidade mais urgente é a ajuda humanitária que logo será resolvida devido ao grande volume de doações que estão chegando ao país. Para eles, não há necessidade de envio de mais soldados.

Na véspera do anúncio feito pelo ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que o Brasil enviaria mais soldados para o Haiti, o comandante da Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah), o general brasileiro Floriano Peixoto, disse que essa necessidade seria estudada pelo seu comando maior a partir daquele dia.

Jobim não esperou pelo estudo dos militares e anunciou que o Brasil dobraria o contingente de suas tropas. O general Floriano Peixoto reconheceu que a decisão brasileira é política e que caberia ao governo brasileiro tomá-la. Floriano Peixoto tem sob seu comando 9.151 militares de 17 países diferentes.

O ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, pediu que o Congresso Nacional aumente o número máximo de militares brasileiros no Haiti que é de 1,3 mil. Neste domingo (23) Amorim estará em Porto Príncipe para falar com o alto comando brasileiro sobre o assunto, além de manter reuniões com o presidente René Préval e autoridades da ONU.

O Brasil comanda a Missão das Nações Unidas para a Estabilização do Haiti (Minustah) desde 2004. Foi a primeira missão da ONU deste porte liderada pelo Brasil. Neste período, os militares trabalharam para tentar restabelecer a ordem no país, depois de um período de revoltas e insurgências e a deposição do presidente Jean-Bertrand Aristide no mesmo ano.

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