Protestos no país sul-americano ficaram violentos| Foto: Reuters/Carlos Garcia Rawlins

O governo e a oposição trocaram acusações na Venezuela nesta quinta-feira (13) por causa das três mortes registradas no mais violento protesto desde a apertada vitória eleitoral do presidente Nicolás Maduro, no ano passado.

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Quase um ano depois da morte do líder socialista Hugo Chávez, os incidentes da quarta-feira (12) voltaram a demonstrar a polarização e desconfiança que predominam na nação petroleira.

Três pessoas foram mortas a tiros durante passeatas paralelas pró e contra o governo. Maduro disse que uma quarta vítima está em estado grave, e culpou "grupúsculos fascistas" que teriam se infiltrado no protesto.

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"Querem derrubar o governo pela violência", disse Maduro na TV estatal. "Eles não têm ética, não têm moral... Não vamos permitir mais ataques."

Uma fonte governamental disse que 23 pessoas ficaram feridas, 25 foram presas, quatro veículos da polícia foram queimados e alguns órgãos públicos sofreram vandalismo. Alguns manifestantes da oposição, muitos deles com os rostos cobertos, atiraram pedras e queimaram pneus nas ruas.

Sob o lema "a saída" - a de Maduro do cargo -, grupos radicais da oposição vem promovendo pequenos protestos em todo o país nas últimas duas semanas, queixando-se da criminalidade, da corrupção e do aumento do custo de vida.

O líder oposicionista Leopoldo López, que convocou seus partidários para irem às ruas, disse que o governo planejou a violência para tentar desacreditar seu movimento pacífico.

"O governo está jogando a cartada da violência, e não é a primeira vez", disse López à TV Reuters após os disparos.

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"Eles estão colocando a culpa em mim sem provas... Sou inocente. Tenho a consciência limpa, porque pedimos paz", afirmou, acrescentando que as manifestações serão mantidas. "Não vamos recuar, e não podemos recuar, porque se trata do futuro, dos nossos filhos, de milhões de pessoas."

Os protestos expõem divergências dentro da oposição, já que alguns líderes defendem uma posição mais moderada, e argumentam que as manifestações, quando se tornam violentas, acabam corroborando a tese governamental de que os oposicionistas são "sabotadores".

Maduro, herdeiro político de Chávez, diz que a oposição tenta repetir a situação de 2002, quando enormes protestos levaram a um breve golpe de Estado contra o dirigente socialista. Desta vez, no entanto, não há sinais de que os tumultos poderão derrubar Maduro.

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