O governo da Tunísia e a UGTT, a maior central sindical do país, anunciaram neste sábado que chegaram a um acordo para pacificar Siliana, palco de violentos confrontos nos últimos dias, que inclui afastar de suas funções o governador da região.
"O primeiro oficial do governo [o vice-governador] dirigirá o governo à espera de que as autoridades tomem as decisões certas", disse Mohamed Ben Salem, ministro da Agricultura, que representou o governo nas negociações.
"As duas partes concordaram em trabalhar para alcançar a calma", declarou, acrescentando que também serão tomadas medidas para o desenvolvimento econômico da região, uma das reivindicações dos habitantes.
O governador de Siliana, Ahmed Ezin Mahjubi, continuará no cargo, mas não no exercício do poder.
"É um passo positivo enquanto esperamos medidas concretas", disse à AFP Belgacem Ayari, vice-secretário-geral da UGTT.
Ayari insistiu que os reforços policiais, considerados os responsáveis pelos confrontos dos últimos dias, têm de deixar Siliana. "Eles provocaram as pessoas", ressaltou.
A cidade de Siliana, localizada a 120 km a sudeste de Tunes, voltou a ser neste sábado, pelo quinto dia consecutivo, o centro de protestos no país, causados pela decepção da população, dois anos após a primeira revolução da "Primavera Árabe".