Sindicalistas e representantes do governo paraguaio sentaram à mesa ontem para começar a negociar reivindicações do movimento grevista que parou o país na última quarta-feira. A manifestação, a maior desde 1994, levou milhares de campesinos e trabalhadores às ruas.
A primeira reunião teve início às 15 horas de ontem, horário de Brasília. Pelo lado do governo, as tratativas estão sendo feitas pelo vice-presidente Juan Afara, nomeado pelo presidente Horacio Cartes. Os trabalhadores, representados pelo sindicalista Bernardo Rojas, da Central Unitária de Trabalhadores Autêntica (CUT-A), solicitaram que funcionários públicos que participaram do movimento não tivessem o ponto descontado, segundo o jornal paraguaio ABC Color.
O primeiro encontro foi simbólico e representou o início das negociações. O setor campesino, que aderiu em massa ao movimento, resolveu não participar da conversa porque considera as reivindicações passíveis de serem resolvidas imediatamente. "Há reivindicações que podem ser atendidas, uma delas a libertação de presos políticos do caso Curuguaty", diz Luís Aguayo, líder da Mesa Coordenadora Nacional de Organizações Campesinas (MCNOC).
A perspectiva dos trabalhadores é que se estabeleça uma agenda de encontro para discutir com cada setor que participou da paralisação as reivindicações. O vice-presidente Juan Afara disse que transmitirá as exigências ao presidente Cartes.