O governo federal anunciou que pretende transferir até meados de setembro mais de 600 venezuelanos que estão em abrigos em Roraima para duas cidades gaúchas.
As informações, que começaram a ser anunciadas na sexta-feira (24), são os primeiros detalhes divulgados da próxima etapa da interiorização dos imigrantes, processo pelo qual o governo federal leva os venezuelanos de avião para outros estados com melhor infraestrutura.
Os 646 venezuelanos serão levados por aeronaves da Força Aérea Brasileira para os municípios de Canoas e Esteio, ambos na região metropolitana de Porto Alegre.
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Não foi divulgado o número exato de imigrantes que cada cidade vai receber na transferência, planejada para ser feita entre 6 e 18 de setembro, mas as prefeituras vão receber verbas adicionais do governo federal. Esteio ganhará R$ 530 mil e Canoas ficará com R$ 1 milhão.
Além disso, a Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) também vai ajudar pagando o aluguel dos venezuelanos.
Interiorização
A interiorização dos imigrantes é uma das principais apostas do governo do presidente Michel Temer para lidar com o grande fluxo de venezuelanos, que têm cruzado a fronteira para fugir da crise econômica e política que atinge o seu país.
Segundo o próprio governo, mais de 127 mil venezuelanos entraram no Brasil desde o início da crise, sendo que 60% deixaram o país, de acordo com a Polícia Federal.
Mas o plano de levar os imigrantes para outros estados, que começou a ser implementado em abril, tem avançado com dificuldade.
Nos primeiros seis meses, foram transferidos 820 venezuelanos para seis estados e para o Distrito Federal e o governo disse que pretende acelerar o processo.
Após os confrontos violentos no último dia 18 entre brasileiros e imigrantes na cidade de Pacaraima, principal porta de entrada no território brasileiro, o governo federal anunciou que até o início de setembro pretendia transferir mil venezuelanos para outros estados -o grupo que vai para o Rio Grande do Sul faz parte deste bloco.
Não há informações ainda sobre o restante das transferências e nem sobre como serão definidos os venezuelanos que vão para as cidades gaúchas.