A Finlândia pretende dar todo mês a cada cidadão adulto, esteja desempregado ou não, 800 euros (cerca de R$ 3,2 mil) livres de impostos e burocracia. Mas, a generosa proposta do governo escandinavo terá uma contrapartida se for aprovada em 2016: benefícios de segurança social serão retirados.
Especialistas garantem que a proposta tem grandes chances de ser levada adiante. Uma pesquisa do Instituto de Seguridade Social do país diz que 69% da população é a favor desta renda básica. Assim como o primeiro-ministro, Juha Sipilä, e boa parte dos partidos políticos, como mostra reportagem do site Quartz.
O ideia por trás do projeto finlandês é combater o desemprego, que está em seu maior índice em 15 anos -- 9,53%. Há abundância de vagas com menor remuneração, porém, os desempregados não recorrem a elas porque isso significa trocar benefícios do governo por, às vezes, uma renda que não compensa.
Pela proposta, o valor será concedido aos cidadãos adultos sem praticamente nenhuma burocracia. Com isso, o governo espera que as pessoas se sintam estimuladas até mesmo a pegar empregos temporários -- hoje, esse tipo de ocupação não é popular porque, após o término do contrato, leva-se tempo até retomar as assistências e subsídios governamentais.
Os contrários à renda básica fixa alegam, porém, que muitos se manterão fora do mercado por ainda mais tempo, vivendo apenas com o dinheiro dado pelo governo.
Outra preocupação é se a Finlândia realmente terá fundos para colocar a medida em prática. Segundo a Bloomberg, a distribuição desta renda custaria aos cofres finlandeses mais de 46 bilhões de euros, levando-se em conta a população de 5,4 milhões de adultos. A receita esperada para 2016 é só um pouco acima disso: 49 bilhões de euros.