Diante da pior onda de distúrbios em quase quatro décadas e que atinge bairros pobres da França, o governo decidiu recorrer a uma lei adotada em 1955 para decretar estado de emergência na Argélia e que, até hoje, tinha sido utilizada apenas de forma excepcional.
O primeiro-ministro francês, Dominique de Villepin, anunciou na noite desta segunda-feira que "neste contexto particularmente grave", o presidente Jacques Chirac decidiu convocar para terça-feira o Conselho de ministros e "aplicar as disposições" da lei de 1955, segundo a qual os prefeitos poderão decretar toque de recolher quando acharem necessário para restabeler a ordem.
Assim, a partir desta quarta-feira, assim que for publicado o decreto no diário oficial, os prefeitos poderão decretar toque de recolher;
Villepin anunciou a mobilização de 1.500 reservistas da polícia, elevando para 9.500 o número de agentes de segurança mobilizado.
Desde a crise na Argélia, a lei de 1955 foi utilizada apenas uma vez, em meados da década de 1980, para reestabeler a ordem em Nova Caledonia. A lei pode ser aplicada durante 12 dias e para ser ampliada é necessário autorização do Parlamento.
O Partido Socialista (PS), principal força da oposição, advertiu que estará "extremamente atento" para a utilização da lei de 1955.
- A segurança deve ser restabelecida. Não quero fazer nada que crie obstáculos para o restabelecimento da ordem republicana, mas é preciso que sejam respeitados os princípios da liberdade - disse o líder do PS, François Hollande.
- Para isso, a aplicação da lei de 1955 dever ser limitada no tempo e no espaço.
Por sua parte, o Partido Verde, denunciou que a utilização dessa lei é uma medida desproporcional, que "não resolverá nada".
PT apresenta novo “PL da Censura” para regular redes após crescimento da direita nas urnas
Janjapalooza terá apoio de estatais e “cachês simbólicos” devem somar R$ 900 mil
Não há inflação baixa sem controle de gastos: Banco Central repete alerta a Lula
De 6×1 a 4×3: PEC da redução de jornada é populista e pode ser “armadilha” para o emprego