O governo do primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, passará na terça-feira (21) por um voto de confiança no parlamento. Segundo analistas, o mercado deve acompanhar o processo com a mesma atenção dedicada à discussão das autoridades europeias sobre o novo pacote de auxílio ao país, porque a derrota de Papandreou pode se tornar mais um fator de risco associado à dívida grega.
"Não só o lado que está concedendo o auxílio, mas o que está recebendo o auxílio também está bagunçado", disse um gerente de fundos de uma grande instituição financeira japonesa. Ele acrescentou que a rejeição do governo de Papandreou pode aumentar os receios de um não pagamento (default) da Grécia.
O governo grego anunciou uma extensa reformulação do gabinete, incluindo a substituição do ministro de Finanças, num esforço para conquistar apoio em meio a reformas econômicas impopulares. O anúncio veio depois de dois dias de acontecimentos dramáticos na Grécia, que incluíram protestos nas ruas de Atenas contra as novas medidas de austeridade fiscal e uma rebelião declarada contra essas medidas dentro do partido do governo, o Partido Socialista. Dois deputados renunciaram ontem e outros dois haviam saído do partido no começo da semana.
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, disse que os partidos gregos precisam aprovar rapidamente o novo governo "para que o processo de assistência financeira à Grécia possa continuar" sem solavancos. "A primeira condição para o sucesso (do auxílio) é a Grécia desejar essa ajuda e cumprir com a sua parte. É muito importante que eles mandem sinais claros sobre isso", acrescentou.
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