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Rebelde líbio atira com um RPG-7 durante combates perto da cidade de Sirte | REUTERS/Anis Mili
Rebelde líbio atira com um RPG-7 durante combates perto da cidade de Sirte| Foto: REUTERS/Anis Mili

Após dois dias de trégua, soldados do Conselho Nacional de Transição da Líbia (CNT) retomaram as ofensivas em Sirta, cidade natal de Muamar Kadafi e um dos últimos bastiões do regime, no que comandantes rebeldes asseguram ser o "combate final" contra forças leais ao ditador líbio. Com a expectativa do fim do conflito interno, líderes do CNT anunciaram um novo gabinete nesta segunda-feira e garantiram que vão renunciar ao poder assim que o país esteja totalmente livre do domínio de Kadafi.

"Assinamos um acordo e não vamos assumir nenhum cargo no próximo governo", prometeu o chefe do CNT, Mustafa Abdul Jalil.

Ao lado do primeiro-ministro, Mahmoud Jibril, Jalil afirmou que a libertação da Líbia deve ser declarada após a tomada de Sirte. Os rebeldes ainda lutam contra tropas leais a Kadafi na cidade de Bani Walid e em regiões desérticas no sul do país.

O governo interino prometeu convocar eleições oito meses após o fim do conflito interno. O novo gabinete, no entanto, não trouxe mudanças significativas no CNT. Jibril acumulou o cargo de ministro do Exterior, antes exercido por Ali al-Issawi. Além disso, um novo ministro para tratar dos líbios mortos e feridos na guerra civil foi nomeado.

Comboio da Cruz Vermelha é impedido de entrar em Sirte

Após as 48 horas de trégua na cidade natal do ditador, rebeldes, apoiados por bombardeios aéreos da Otan, retomaram as operações no local. Segundo testemunhas algumas pessoas ainda conseguiram fugir nesta manhã, mas ainda há muitos civis na cidade, alguns feridos, outros sem carro ou gasolina para fugir. No último final de semana, cerca de 3.000 pessoas deixaram o local.

Até agora, os rebeldes já conseguiram tomar o distrito de Bouhadi, afirmam repórteres da agência de notícias Reuters no local. Segundo o porta-voz do CNT Ahmed Bani, o Mutassim Kadafi, filho do ditador, estaria escondido em um hospital da cidade.

A cidade vive um estado de calamidade pública com escassez de alimentos, água, combustível e medicamentos. Nesta segunda-feira, um comboio da Cruz Vermelha foi impedido de entrar por causa de fortes tiroteios.

Um comandante das forças anti-Kadafi, Ismail al Sosi, acusou as milícias kadafistas de terem iniciado o tiroteio. Mas uma testemunha presente no local disse não ter visto disparos partindo dos redutos pró-Kadafi em Sirte.

"Não há comida, não há água, não há energia. Alguns estão ilhados porque não há combustível, outros estão retidos por causa das milícias. As pessoas retidas lá dentro estão em perigo, há bombardeios aleatórios em todo lugar", relatou o morador Mohammed Diap, que conseguiu deixar o local neste final de semana.

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