Os novos líderes do Quirguistão intensificaram a pressão sobre o presidente deposto Kurmanbek Bakiyev na segunda-feira, ameaçando lançar uma operação especial mas também dando a entender que podem oferecer autorizar sua saída do país.

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Bakiyev disse a jornalistas que qualquer tentativa de matá-lo resultará em derramamento de sangue no país centro-asiático pobre, onde os EUA operam uma base militar aérea que é crucial para levar adiante a guerra no Afeganistão.

"Deixe que tentem me prender. Deixe que tentem me matar", disse Bakiyev na segunda-feira, depois de convocar seus partidários a participar de manifestações nas regiões de Osh, Jalalabad e Batken, no sul do país, sua base de poder em um país dividido politicamente entre sul e norte.

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"Acredito que isso levará a tanto derramamento de sangue que ninguém poderá justificá-lo", disse ele diante de uma multidão de pelo menos 2.000 partidários em seu vilarejo natal de Teyyit, onde ele está refugiado em sua residência.

Foi sua primeira aparição pública desde que tropas dispararam contra manifestantes que pediam sua renúncia, em 7 de abril, diante de sua sede presidencial em Bishkek, matando pelo menos 82 pessoas e deixando centenas de outras feridas.

Os adversários de Bakiyev - que tomaram o poder depois de sua fuga para o sul do país e agora lideram um autoproclamado governo interino - levantaram a possibilidade de recorrer à força contra Bakiyev, mas também indicaram uma saída do impasse, oferecendo a ele uma maneira de deixar o país.

"Estamos preparando uma operação especial (contra Bakiyev)", disse a jornalistas em Bishkek o primeiro vice-líder do governo interino, Almaz Atambayev. "Esperamos poder realizá-la sem mortes de civis."

Mais tarde a líder do governo interino, Roza Otunbayeva, disse que Bakiyev precisa deixar o país, o que ajudaria a acalmar a turbulência e abriria o caminho para o reconhecimento formal de seu governo pelas potências globais.

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O governo interino já disse que a Rússia é sua aliada-chave, e alguns ministros importantes disseram que o contrato de arrendamento de sua base aérea pelos EUA pode ser encurtado, suscitando especulações de que Moscou possa tentar usar a base como alavanca em suas relações com Washington.

O trânsito de tropas indo e vindo do Afeganistão pela base aérea, que foi interrompido devido à turbulência política, foi retomado, disse a embaixada dos EUA em comunicado, acrescentando que não tem planos de dar abrigo a Bakiyev ou ajudá-lo a deixar o Quirguistão.

Os EUA vão enviar um diplomata sênior a Bishkek na quarta-feira, e a secretária de Estado Hillary Clinton conversou com a líder interina Otunbayeva no sábado.

Mas analistas apontam que Washington, que apoiava Bishkek, está hesitando em cortejar o novo governo.

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