O governo de Israel aprovou por unanimidade, neste domingo (24), uma proposta do ministro das Comunicações, Shlomo Karhi, que obriga todas as agências governamentais a retirar seus anúncios do jornal israelense independente "Haaretz" e a cortar toda a comunicação com o veículo, um dos maiores do país.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, deu o aval para a resolução, que não foi publicada na agenda do governo, sem passar pela análise jurídica habitual.
A decisão, de acordo com a explicação dada pelo governo à imprensa israelense, é uma reação aos “muitos artigos que prejudicaram a legitimidade do Estado de Israel e seu direito à autodefesa e, em particular, às declarações feitas em Londres pelo editor do "Haaretz", Amos Schocken, que apoiam o terrorismo e pedem a imposição de sanções ao governo”.
Schocken, falando em uma conferência em Londres no mês passado, denunciou a expansão de assentamentos “ilegais”, na Cisjordânia, ocupada pelo governo de Benjamin Netanyahu, que “não se importa em impor um regime cruel de apartheid à população palestina” e chamou os ataques israelenses nos territórios palestinos ocupados de “limpeza étnica”.
Para o ministro Karhi, as declarações de um editor de jornal israelense que “apoia os inimigos do Estado em meio a uma guerra” são “inaceitáveis”.
A direção do jornal lamentou a decisão do governo israelense, que, segundo a equipe, busca “desmantelar a democracia israelense” e seguir os passos de outros líderes políticos, como o presidente russo Vladimir Putin, que também vetou parte da imprensa que criticava seu regime.
“Netanyahu está tentando silenciar um jornal crítico e independente. O 'Haaretz' resistirá e não se transformará em um panfleto do governo que publica mensagens aprovadas pelo governo e seu líder”, respondeu o jornal.
O jornalista israelense Haggai Matar, diretor do portal independente "+972 Magazine" e membro da diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Israel, advertiu que o governo também está preparando um projeto de lei para privatizar ou fechar a emissora estatal "Kan", alegando que ela é “independente demais”.
"Haarezt" e "+972 Magazine" têm sido críticos da ofensiva na Faixa de Gaza e da expansão dos assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Em 5 de maio, o governo israelense, após aprovar um projeto de lei contra a imprensa estrangeira, e também proibiu a transmissão do canal catariano "Al Jazeera", bloqueando todos os sites de sua rede de mídia e retirando todo o credenciamento de sua equipe.
Em setembro, os militares fecharam o escritório do canal catariano na cidade ocupada de Ramallah, na Cisjordânia, onde as forças confiscaram e destruíram alguns de seus equipamentos.
Israel justifica essa decisão alegando que a "Al Jazeera" representa uma “ameaça ao Estado de Israel”.
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