Jerusalém – Israel rejeitou ontem a idéia de uma trégua de três dias entre o seu exército e o grupo terrorista libanês Hezbollah para permitir o atendimento às vítimas do conflito e o envio de comida e medicamentos ao sul do Líbano.

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A proposta havia sido feita no dia anterior pelo coordenador de assuntos humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Jan Egeland, ao Conselho de Segurança da entidade. Ele pretendia entrar em contato com autoridades israelenses e dirigentes do Hezbollah para tentar obter um acordo.

"Israel não pode aceitar um cessar-fogo com o Hezbollah porque essa organização terrorista aproveitaria a oportunidade para concentrar os civis nas zonas de combate com o objetivo de utilizá-los como escudos humanos", afirmou Gideon Meir, alto funcionário do ministério israelense das Relações Exteriores.

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No Líbano, as tropas terrestres israelenses que entraram nos últimos dias no sul do país retornaram ontem ao vilarejo de Marun al-Ras – que está sob controle de Israel desde 23 de julho –, ponto a partir do qual tentam, há uma semana, acabar com a resistência dos combatentes do Hezbollah, entrincheirados em Bint Jbeil. A região de Bint Jbeil, reduto do Hezbollah, voltou a receber intensos bombardeios ontem.

O estopim do conflito – o seqüestro de dois soldados israelenses pelo Hezbollah no último dia 12 – não foi citado por Israel como motivo para a rejeição da proposta de cessar-fogo temporário.

A esperança das Nações Unidas é de que as negociações avancem a partir de hoje. A secretária de Estado norte-americana, Condoleezza Rice, chegou ontem a Israel para retomar as discussões sobre um possível cessar-fogo no Líbano. É a segunda visita em cinco dias. Ela tinha reunião marcada com o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert. Hoje, encontrará os ministros das Relações Exteriores, Tzipi Livni, e da Defesa, Amir Peretz, do Estado judeu.

Além de Israel, o Hezbollah também promete manter os ataques. Sayyed Hassan Nasrallah, líder do grupo, disse ontem que a guerrilha continuará a disparar mísseis nas cidades centrais de Israel se a ofensiva dos israelenses no Líbano não for interrompida. Ele disse que Israel quer um cessar-fogo, mas os EUA não querem que os ataques ao Hezbollah sejam suspensos.