O Comitê Ministerial de Legislação israelense aprovou nesta segunda-feira um projeto de lei que proíbe a utilização de símbolos do Holocausto, após a polêmica causada pelo uso por manifestantes ultraortodoxos, que, ao seu ver, são perseguidos por Israel.
A nova lei penaliza com até seis meses de prisão e multas que podem chegar a US$ 25 mil quem utilizar este tipo de simbologia, informou a agência de notícias "Ynetnews".
Porém, o Ministério da Justiça se opôs a esta legislação, por considerar que vai contra a liberdade de expressão.
O projeto ainda deve ser validado pelo Conselho de Ministros e enviado ao Parlamento para sua aprovação.
A polêmica surgiu no último dia de dezembro, quando centenas de ultraortodoxos se manifestaram na praça central do bairro de Mea Shearim, em Jerusalém, para protestar contra a agressividade dos seculares em relação a sua comunidade, após críticas da imprensa em relação à forma como este grupo trata suas mulheres.
Vários manifestantes, entre eles crianças, usavam no braço uma faixa amarela com a estrela de Davi imposta pelos nazistas à população judaica antes da Segunda Guerra Mundial e alguns se vestiram com uniformes de listras brancas e azuis, assim como os presos judeus nos campos de concentração.
Os principais líderes e políticos israelenses condenaram duramente o protesto, por considerarem uma profanação da memória dos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas.
O ministro sem pasta Yossi Peled, sobrevivente dos campos de concentração, garantiu que seu "sangue congelou imediatamente" ao ver as imagens da manifestação.
Ehud Barak, ministro da Defesa, também condenou o fato, classificando como "aberração" o uso das faixas amarelas e considerou que os ultraortodoxos "passaram dos limites".
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