Após rejeitar proposta da ONU de investigação internacional, Israel decidiu abrir dois inquéritos domésticos sobre a ação militar em alto-mar que deixou nove ativistas mortos há uma semana.
A apuração não deve se concentrar só na interceptação da frota que tentava romper o cerco naval à Faixa de Gaza, mas tentar responder ao questionamento crescente sobre a legalidade do bloqueio ao território palestino.
Sob pressão externa para investigar a ação no navio Mavi Marmara, que teve resultado desastroso para a imagem do país e aumentou seu isolamento internacional, Israel fará dois inquéritos, um militar e um civil.
Com eles, o governo busca aplacar as críticas internacionais e satisfazer o seu principal aliado, os Estados Unidos.
O incidente no Mediterrâneo preocupa Washington não apenas pelo potencial de inflamar a região, mas também porque dilui seus esforços para aplicar sanções contra o Irã.
Para dar credibilidade ao processo, o premier de Israel, Binyamin Netanyahu, deve incluir na comissão de inquérito dois juristas estrangeiros, inclusive um norte-americano, informou o jornal Haaretz.
Outra investigação será conduzida pelas Forças Armadas, a fim de apurar se houve falhas no planejamento e condução da interceptação do navio. Além dos mortos, a ação deixou dezenas de feridos, entre eles nove soldados israelenses. A ação foi duramente criticada dentro de Israel.