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Trípoli - Depois de quase uma semana de ataques da coalizão liderada por EUA, França e Reino Unido às forças do ditador Muamar Kadafi, representantes do governo da Líbia disseram estar dispostos a negociar uma transição política no país – possivelmente, incluindo eleições.

Enviados de Kadafi participaram ontem de reunião da União Africana, que congrega 53 países do continente, em Adis Abeba, capital etíope. Fundada em 2002, a organização tem na Líbia um de seus principais doadores.

Em discurso na abertura, o gabonês Jean Ping, presidente da Comissão da União Africana, defendeu um governo de união nacional entre Kadafi e rebeldes, até ocorrerem eleições.

A delegação líbia disse que aceita negociar o plano com a União Africana. Um de seus integrantes, o ex-premier Abdul-Ati al Obeidi, culpou "extremistas’’ e as forças estrangeiras pela violência no país.

"Estamos prontos a discutir os desejos do povo líbio. Que reforma se quer? Se forem eleições, vamos discutir os detalhes’’, disse Obeidi.

Os representantes da Líbia também acusaram as forças estrangeiras de matar "centenas’’ de civis na ação militar que teve início no sábado passado, após a autorização do Conselho de Segurança da ONU. A coalizão nega.

Os aliados lançaram novos ataques às forças de Kadafi no leste líbio na tentativa de permitir que os rebeldes retomem a cidade de Ajdabiyah. Também foram ouvidas explosões na capital, Trípoli.

Segundo uma porta-voz militar dos EUA, foram disparados 16 mísseis Tomahawk, visando minar a artilharia do ditador líbio e sua infraestrutura de comando.

Autoridades dos EUA afirmam que 75% das missões para manter a zona de exclusão aérea – determinada pela ONU para proteger civis nas regiões sob conflito – já foram executadas pelos seus parceiros na coalizão.

Os EUA querem transferir o comando da ação para a Otan (aliança militar ocidental) neste fim de semana. Um oficial da Otan que não quis ter seu nome revelado disse que os planos da aliança para a intervenção militar preveem que ela dure três meses.

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