Autoridades venezuelanas convocaram a imprensa para denunciarem Corina Machado de liderar um suposto golpe militar no país| Foto: REUTERS / Carlos Garcia Rawlins

O governo da Venezuela anunciou nesta quarta-feira (28) ter encontrado um suposto plano para um golpe militar contra o presidente Nicolás Maduro. A idealizadora da ação seria a ex-deputada oposicionista María Corina Machado, cassada em março.

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A acusação foi feita por um grupo de políticos ligado ao governo, entre eles o ex-vice-presidente Jorge Rodríguez, atual prefeito de Libertador, e Diosdado Cabello, presidente da Assembleia Nacional, segundo o jornal El Universal. Eles estavam acompanhados de Cilia Flores (mulher de Nicolás Maduro), Rafael Ramírez (presidente da petroleira PDVSA) e Jorge Arreaza, (vice-presidente).

Rodríguez mostrou uma série de e-mails que ele diz pertencerem a Corina nos quais estão detalhes do plano, informou o jornal. Além de derrubar o governo com apoio de militares, o plano incluiria também o assassinato de Maduro e outros nomes do governo.

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Um dos e-mails contém uma suposta conversa de Corina com o ex-candidato presidencial oposicionista Diego Arria. "É hora de acumular esforços, fazer as convocações necessárias e obter o financiamento para aniquilar Maduro, e os demais cairão depois", diz um dos textos lidos."

Outro e-mail mostraria uma conversa entre Corina e o advogado constitucionalista Gustavo Tarre, na qual ela reclama da inação dos políticos quando foi cassada e avisa que vai trabalhar para a queda de Maduro.

"Existe um complexo plano para acabar com a paz que inclui, em primeiro lugar, a intenção de um assassinato. Para isso, arrecadaram fundos para matar Nicolás Maduro e dar um golpe militar em paralelo, que felizmente foi descoberto em tempo", afirmou Rodríguez, segundo o El Universal.

Ele disse que as provas já fazem parte de uma investigação criminal. "Reunimos provas que a Justiça, por meio do Ministério Público, estava levantando sobre o golpe e a tentativa de assassinato."

Além de Corina também fariam parte do plano o economista Salas Romer e o empresário Eligio Cedeño, acusado de financiar a onda de protestos contra o governo que acontece na Venezuela.

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O dirigente chavista afirmou que as manifestações são uma fase do plano golpista e da "ação violenta da extrema-direita venezuelana", que planejou "bloqueio de ruas, golpe militar e assassinato" contra o presidente.

"Não voltem a nos dizer que foram protestos pacíficos e espontâneos", declarou o prefeito, referindo-se às passeatas que deixaram 42 mortos, cerca de 800 feridos e mais de 15 pessoas detidas em pouco mais de três meses.

Rodríguez pediu um uma reunião com a MUD, coalizão oposicionista, para tratar do assunto e defendeu a expulsão de Corina. Prometeu ainda apresentar novas provas contra todos os envolvidos nos próximos dias.

Corina

A ex-deputada usou sua conta no Twitter para negar a acusação, a qual classificou como uma "infâmia". "Em cadeia nacional se divulgou uma infâmia contra mim pelo alto comando político do regime. Esses veículos devem me dar um espaço igual", escreveu.

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Corina foi cassada no final e março pela Assembleia Nacional, controlada pelo chavismo. A alegação foi de que ela representou outro país (Panamá) em sessão da OEA (Organização dos Estados Americanos) sem autorização prévia do Parlamento, o que é inconstitucional.

Logo após perder o mandato, Corina visitou Brasília em busca de apoio no Congresso. Na ocasião, comparou o governo de Maduro à ditadura militar brasileira (1964-1985).