O ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, anunciou na noite desta terça-feira (12) as primeiras medidas econômicas do governo Javier Milei.
A princípio, as medidas seriam anunciadas já na segunda-feira (11), dia seguinte à posse do Milei, mas a divulgação foi adiada para esta terça-feira.
Mesmo assim, o anúncio, feito em um vídeo gravado de Caputo e divulgado no canal de Milei no YouTube, foi sendo postergado ao longo do dia: marcado inicialmente para as 17 horas (horário local, o mesmo de Brasília), ocorreu apenas depois das 19 horas.
As medidas anunciadas foram:
- Contratos de trabalho do governo com validade inferior a um ano não serão renovados
- Suspensão da publicidade governamental por um ano
- Redução dos ministérios de 18 para nove e das secretarias de 106 para 54
- Reduzir “ao mínimo” possível as transferências para as províncias argentinas
- Não serão lançadas licitações para novas obras públicas e serão canceladas as aprovadas cujo desenvolvimento ainda não começou
- Redução dos subsídios à energia e aos transportes
- Manutenção dos programas Potencializar Trabalho, Benefício Universal por Filho e cartão-alimentação, sendo que o segundo será ampliado e o terceiro será reajustado em 50%
- Fixar a taxa de câmbio oficial em 800 pesos argentinos (hoje, está em torno de 400 pesos), com um aumento provisório do Imposto por uma Argentina Inclusiva e Solidária (Pais) sobre as importações e retenções sobre exportações não agropecuárias
- Substituição do Sistema de Importações da República Argentina (Sira) por um sistema estatístico e de informação que não exigirá aprovação prévia de licenças.
“Se continuarmos como estamos, caminharemos inevitavelmente para a hiperinflação”, disse Caputo.
“A gênese do nosso problema sempre foi o déficit fiscal. Politicamente, sempre fomos viciados no déficit. O que viemos fazer é o oposto do que sempre foi feito. Viemos resolver este problema na raiz”, afirmou o ministro.
Caputo alertou, entretanto, que as medidas demorarão para surtir feito, devido ao caos econômico herdado pela nova gestão.
“Durante alguns meses vamos estar piores do que antes, particularmente em termos de inflação. Digo isso porque, como diz o presidente, é preferível dizer uma verdade incômoda do que uma mentira confortável”, afirmou Caputo.