O governo da Argentina, liderado pelo presidente Javier Milei, criticou nesta sexta-feira a decisão da maior central sindical do país, a Confederação Geral do Trabalho (CGT), de convocar uma greve geral e uma manifestação para o dia 24 de janeiro, um dia antes da votação no Parlamento do pacote de reformas que visa desregulamentar a economia e declarar emergência pública até o final de 2025.
O porta-voz do governo, Manuel Adorni, disse em entrevista coletiva que a situação econômica do país é "crítica" e que as reformas propostas pelo Executivo "são necessárias para modernizar as leis trabalhistas e dar mais liberdade aos cidadãos".
Adorni também questionou o fato de a CGT, que é ligada ao peronismo, não ter realizado nenhuma greve durante o governo peronista de Alberto Fernández (2019-2023), quando, segundo ele, os trabalhadores tinham salários ruins e boa parte estavam na informalidade.
"Não há precedente de se ter convocado uma greve geral tão rapidamente desde a posse de um novo governo, quando a herança que este governo recebeu é absolutamente brutal", enfatizou o porta-voz.
A CGT, que já havia se mobilizado na quarta-feira (27) para protestar contra o Decreto de Necessidade e Urgência (DNU) assinado na semana passada por Milei, alega que as medidas do governo são "inconstitucionais" e que elas "atentam contra os direitos dos trabalhadores e aprofundam a crise social".
A central sindical conta com o apoio de outros setores da oposição peronista, como o governador da província de La Rioja, Ricardo Quintela, do partido de Cristina Kirchner, que solicitou à Suprema Corte de Justiça da Argentina que declarasse o decreto de Milei como "inconstitucional" e ordenasse a "suspensão total" de seus efeitos. (Com Agência EFE)
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