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Gestão Milei está realizando auditorias e disse que 50% dos restaurantes populares abrangidos por decisão judicial são “fantasmas”
Gestão Milei está realizando auditorias e disse que 50% dos restaurantes populares abrangidos por decisão judicial são “fantasmas”| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

A Argentina vive uma polêmica sobre uma suposta fraude na compra e distribuição de alimentos por parte do governo para restaurantes populares e o papel de ONGs nesse processo.

Nesta segunda-feira (27), o Ministério do Capital Humano anunciou que recorrerá contra uma ordem judicial de distribuição de 5 mil toneladas de alimentos que o governo do presidente Javier Milei reconheceu que mantém em dois depósitos, alegando que elas estão sob auditoria e que metade dos restaurantes que as receberiam são inexistentes.

A pasta chefiada por Sandra Pettovello “recorrerá do pedido do juiz federal Sebastián Casanello, que solicitou que, no prazo de 72 horas, fosse elaborado um plano para distribuir os alimentos armazenados nos depósitos de Villa Martelli e Tafí del Valle que as organizações utilizavam para os restaurantes fantasmas”, disseram os porta-vozes do ministério que lida com as organizações sociais.

O governo Milei reconheceu que há 5 mil toneladas de alimentos não distribuídos em espaços do Ministério do Capital Humano. Esses alimentos foram adquiridos durante o governo anterior, do peronista Alberto Fernández, e retidos pela atual administração de acordo com as auditorias que são realizadas, esclarecendo que eles têm datas de validade diferentes e não estão prestes a expirar.

Segundo o Ministério do Capital Humano, das 5 mil toneladas que estão nos armazéns, 60% correspondem a pacotes de erva-mate relativos a uma contratação irregular do governo anterior.

“O pedido do juiz é um avanço ilegítimo da Justiça sobre a democracia que viola a divisão de poderes”, declarou o ministério, que além disso ratificou que “os alimentos não serão entregues a restaurantes inexistentes para ficarem nas mãos de organizações extorsivas”.

Para o Ministério do Capital Humano, trata-se de “uma questão de política pública”, e “esses alimentos são destinados a ajudar em emergências e catástrofes”.

O governo Milei denunciou irregularidades por parte das ONGs que considera serem intermediárias e que retiram dinheiro de planos sociais pagos pelo Estado a pobres e desempregados, e alega que quase 50% dos restaurantes não existiam, de acordo com a auditoria.

Casanello também convocou para depor Eduardo Belliboni, líder do Polo Operário, uma das organizações sociais, por suposta administração fraudulenta de recursos que recebeu do Estado, e 22 pessoas de duas outras entidades, por extorsão e ameaças aos beneficiários de planos sociais.

“Belliboni, a brincadeira acabou. Você e outros 22 gerentes de pobreza foram convocados para interrogatório. Era hora de responsabilizar aqueles que exploram os mais vulneráveis (...)”, publicou na rede social X (ex-Twitter) a ministra da Segurança, Patricia Bullrich.

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