Painel no aeroporto Jorge Newbery, na cidade de Buenos Aires, lista voos cancelados em razão da greve| Foto: EFE/Juan Ignácio Roncoroni
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Os trabalhadores da companhia aérea estatal Aerolíneas Argentinas estão fazendo uma greve de 24 horas nesta sexta-feira (13) por reajustes salariais, afetando cerca de 37 mil passageiros e causando um prejuízo de US$ 2,5 milhões, segundo fontes oficiais.

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A greve liderada pela Associação de Pilotos de Linhas Aéreas e pela Associação Argentina de Aeronavegantes afeta dezenas de milhares de passageiros da companhia aérea estatal e de outras, já que os serviços de rampa também são afetados pelas assembleias dos trabalhadores, informou a Aerolíneas Argentinas.

Mario Valero, um espanhol de 35 anos de Barcelona, disse à Agência EFE que havia economizado para voar para El Calafate, na região da Patagônia argentina, e “de repente” se viu diante da greve.

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“Não sabemos como agir e que solução eles vão nos dar. Entendo que todos têm o direito de fazer greve, mas pelo menos deveriam ter um serviço mínimo”, porque “24 horas sem um único voo me parece uma falta de respeito com os turistas e as pessoas daqui”, analisou.

O governo de Javier Milei confirmou que haverá “multas e sanções” e falou de “profunda imoralidade” no comportamento dos pilotos da companhia aérea, conforme declarou em entrevista coletiva o porta-voz presidencial, Manuel Adorni.

“Aqueles que pararem hoje serão multados e receberão as sanções correspondentes. Além disso, três pilotos da Aerolíneas Argentinas foram demitidos por se recusarem a operar um avião”, disse o porta-voz.

O presidente argentino assinará hoje a regulamentação do artigo 182 do megadecreto de necessidade e urgência (DNU), emitido em dezembro de 2023, que “estabelece as diretrizes para declarar a aeronáutica civil e comercial como um serviço essencial”, completou o porta-voz.

Dias atrás, o Ministério do Capital Humano explicou em comunicado que “ficou definido regulamentar o caráter essencial da atividade aeronáutica civil, aerocomercial pública e privada em todo o território nacional” a fim de garantir “serviços mínimos à população”.

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“Aqueles que não querem abrir mão de seus privilégios acabarão derretendo a empresa que tanto dizem querer defender”, concluiu Adorni, que listou os “privilégios” corporativos dos pilotos.

Um sindicalista que lidera o protesto está de férias na Espanha com sua família “fazendo uso dos benefícios corporativos que todos os argentinos pagam”, disse o porta-voz, referindo-se a Edgardo Llano, secretário geral da Associação do Pessoal Aeronáutico (APA), que, de acordo com a imprensa local, está na Europa.

O secretário geral da Associação dos Trabalhadores das Companhias Aéreas Argentinas, Juan Pablo Brey, afirmou à rádio Urbana Play que, desde que o governo de Milei assumiu, a Aerolíneas Argentinas está “caminhando para a privatização” e alegou que há uma estratégia do governo “para asfixiar” a empresa e seus trabalhadores.

Embora a privatização da Aerolíneas Argentinas fosse uma das pretensões do presidente do país, ela foi deixada de fora da lista de empresas públicas que poderiam ser privatizadas, que o governo incluiu em sua Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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