A Coreia do Norte informou ontem que vai suspender as operações no complexo industrial que dirige em conjunto com a Coreia do Sul, retirando do local mais de 53 mil trabalhadores norte-coreanos. Com a decisão, a Coreia do Norte se aproxima cada vez mais do rompimento da última ligação econômica com o país vizinho, num momento de aumento das tensões.
O complexo industrial de Kaesong, que fica ao norte da zona desmilitarizada, é o maior empregador da terceira maior cidade da Coreia do Norte. Fechá-lo, mesmo que temporariamente, vai mostrar que o país deseja prejudicar sua economia para mostrar sua ira com a Coreia do Sul e os Estados Unidos.
A medida adotada por Pyongyang ocorre após semanas de retórica ameaçadora e provocações que tiveram Seul e os Estados Unidos como alvo, após as sanções adotadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Coreia do Norte, por causa do teste nuclear realizado em 12 de fevereiro.
Incertezas
O comunicado sobre Kaesong foi feito por Kim Yang Gon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte. O documento não diz o que vai acontecer com os 475 gestores sul-coreanos que ainda estão no complexo industrial de Kaesong. Um gestor sul-coreano que trabalha no local disse não ter recebido qualquer informação do governo norte-coreano.
"Os trabalhadores norte-coreanos saíram às 6 horas de hoje, como costumam fazer. Eles saberão amanhã se voltarão ao trabalho", disse o gestor, que recusou-se a ser identificado porque não tem autorização para falar com meios de comunicação.
A Coreia do Norte havia pedido aos gestores sul-coreanos que informassem quando pretendem sair do complexo industrial e que a data limite é amanhã. O comunicado de Kim diz que a Coreia do Norte vai agora estudar o fechamento permanente do parque industrial. "Como a situação vai se desenvolver nos próximos dias vai depender inteiramente da atitude das autoridades sul-coreanas", informa o documento.