Soldados sul-coreanos vistoriam veículos na zona desmilitarizada em que fica o complexo industrial de Kaesong| Foto: Lim Byong-sik/Reuters

Temor

Presidente russo diz que conflito entre Coreias seria pior que Chernobyl

Folhapress

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse ontem que um conflito nuclear na Coreia poderia causar maior destruição que a explosão da usina atômica de Chernobyl, em 1986. Ele mostrou preocupação com o aumento da tensão do país comunista com Coreia do Sul e Estados Unidos.

Em entrevista coletiva com a chanceler alemã, Angela Merkel, em Berlim, Putin disse que evidentemente os russos estão preocupados, em especial por fazer fronteira com a Coreia do Norte. "E se, Deus queira que não, alguma coisa acontece, Chernobyl, que nós conhecemos muito, vai parecer um conto de fadas. Existe ou não ameaça? Para mim, sim, e peço a todos que se acalmem e comecem a resolver os problemas que acumulamos por muitos anos na mesa de negociações".

Teste

Ele ainda comemorou a decisão americana de não fazer um teste de um míssil balístico, que estava agendado para hoje em uma base militar da Califórnia, e qualificou a desistência como muito importante. "Espero que este gesto seja percebido pelos norte-coreanos, que todos se acalmem e trabalhem juntos para buscar uma solução".

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A Coreia do Norte informou ontem que vai suspender as operações no complexo industrial que dirige em conjunto com a Coreia do Sul, retirando do local mais de 53 mil trabalhadores norte-coreanos. Com a decisão, a Coreia do Norte se aproxima cada vez mais do rompimento da última ligação econômica com o país vizinho, num momento de aumento das tensões.

O complexo industrial de Kaesong, que fica ao norte da zona desmilitarizada, é o maior empregador da terceira maior cidade da Coreia do Norte. Fechá-lo, mesmo que temporariamente, vai mostrar que o país deseja prejudicar sua economia para mostrar sua ira com a Coreia do Sul e os Estados Unidos.

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A medida adotada por Pyongyang ocorre após semanas de retórica ameaçadora e provocações que tiveram Seul e os Estados Unidos como alvo, após as sanções adotadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) contra a Coreia do Norte, por causa do teste nuclear realizado em 12 de fevereiro.

Incertezas

O comunicado sobre Kaesong foi feito por Kim Yang Gon, secretário do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia do Norte. O documento não diz o que vai acontecer com os 475 gestores sul-coreanos que ainda estão no complexo industrial de Kaesong. Um gestor sul-coreano que trabalha no local disse não ter recebido qualquer informação do governo norte-coreano.

"Os trabalhadores norte-coreanos saíram às 6 horas de hoje, como costumam fazer. Eles saberão amanhã se voltarão ao trabalho", disse o gestor, que recusou-se a ser identificado porque não tem autorização para falar com meios de comunicação.

A Coreia do Norte havia pedido aos gestores sul-coreanos que informassem quando pretendem sair do complexo industrial e que a data limite é amanhã. O comunicado de Kim diz que a Coreia do Norte vai agora estudar o fechamento permanente do parque industrial. "Como a situação vai se desenvolver nos próximos dias vai depender inteiramente da atitude das autoridades sul-coreanas", informa o documento.

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