A Autoridade Palestina convocou nesta terça-feira (10) eleições municipais para o dia 20 de outubro, apesar da oposição do movimento islâmico Hamas, no poder na Faixa de Gaza.
Esta é a terceira vez desde o ano passado que a Autoridade Palestina, que governa as zonas autônomas da Cisjordânia, convoca eleições municipais, inicialmente previstas para 9 de julho de 2011 e posteriormente para 22 de outubro de 2011.
Os adiamentos ocorreram para permitir a reconciliação entre o movimento Fatah, do presidente Mahmud Abbas, e o Hamas visando a realização da eleição no conjunto dos territórios palestinos (Gaza e Cisjordânia).
"O governo palestino aprovou durante sua reunião de hoje, presidida pelo primeiro-ministro Salam Fayyad, a celebração de eleições municipais em todas as circunscripções da Nação".
A decisão ocorre após o Hamas suspender os trabalhos da Comissão Eleitoral Central (CEC) em Gaza, no dia 2 de julho, nas vésperas do registro de eleitores, etapa decisiva antes da votação.
O Hamas denunciou "infrações na Cisjordânia que levaram à prisão de um grande número" de seus membros, e estimou que esta repressão o impediu de supervisionar a inscrição de eleitores no território.
Se as eleições forem finalmente realizadas em outubro, poderão ser limitadas à Cisjordânia diante das divergências entre Hamas e Fatah, já que Israel proíbe qualquer atividade política palestina em Jerusalém Oriental, ocupada e anexada desde 1967.
Um porta-voz do Hamas, vencedor das últimas eleições palestinas, as legislativas de 2006, denunciou a convocação da votação municipal como "uma escalada da Autoridade Palestina para bloquear a reconciliação".
A decisão "ameaça o acordo de reconciliação e é um golpe tentando impor um fato consumado", declarou à AFP em Gaza o porta-voz Sami Abu Zuhri.
Segundo o acordo de reconciliação nacional firmado em 27 de abril de 2011 entre Fatah e Hamas, os dois governos deveriam ceder o lugar a um executivo transitório não partidário encarregado de organizar eleições gerais no prazo de um ano.
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