O presidente palestino, Mahmud Abbas, considerou na noite deste domingo, depois de um encontro de duas horas com o primeiro-ministro Ismail Haniyeh que o governo de unidade estará formado "em menos de uma semana", segundo declarou seu porta-voz.
"Não há obstáculos para a aplicação do acordo de Meca", disse Nabil Abu Rudeina.
"Precisamos de vários dias para discutir sobre todos os problemas. Continuaremos falando amanhã e um governo de unidade nacional será declarado em menos de uma semana", acrescentou.
Haniyeh, que é membro do grupo islamista Hamas, foi encarregado pelo presidente Abbas, no dia 15 de fevereiro, de formar um governo de coalizão.
O Executivo do Hamas apresentou sua demissão no dia seguinte para abrir o caminho para a criação de um gabinete de unidade, cujos membros devem ser escolhidos por Haniyeh, que continuará sendo seu primeiro-ministro, num prazo de cinco semanas.
"As consultas ocorrem numa atmosfera positiva", disse por sua vez Ghazi Hamad, porta-voz do Hamas.
Hamad também confirmou que não há obstáculos para a formação de um governo de unidade com o Fatah, o movimento moderado de Abbas.
"Certos problemas continuarão sendo discutidos amanhã", acrescentou o porta-voz do grupo radical sem falar de datas para a formação do futuro gabinete.
Os porta-vozes sublinharam que ainda não se tomou qualquer decisão sobre o ministério do Interior e o Ministério das Relações Exteriores.
Abbas e o líder do Hamas, Khaled Mechaal, assinaram um acordo no dia 8 de fevereiro em Meca para formar um governo de unidade, depois de uma crise política que degenerou em enfrentamentos mortais entre partidários do Hamas e do Fatah na Faixa de Gaza.
O governo do Hamas - considerado uma organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Européia e Israel - está paralisado desde sua posse, em março de 2006, por um boicote financeiro e diplomático internacional.
A principal tarefa do novo Executivo de coalizão será conseguir a suspensão das sanções internacionais.