O Irã está decidido a instalar até 50.000 centrífugas de enriquecimento de urânio na usina nuclear de Natanz. A afirmação é do diretor da agência atômica iraniana, Gholam-Reza Aghazadeh.

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"O objetivo da República Islâmica não é apenas a instalação de 3.000 centrífugas na usina de enriquecimento de Natanz. Planejamos tudo para instalar 50.000 centrífugas", afirmou Aghazadeh, vice-presidente do país e diretor da Organização de Energia Atômica Iraniana.

Aghazadeh e o presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad, anunciaram na segunda-feira (9) que o país passou ao enriquecimento de urânio em escala industrial, mas sem revelar o número de centrífugas instalado.

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Outra autoridade iraniana, o secretário do Conselho Supremo de Segurança Nacional, Ali Larijani, deu a entender que eram 3.000.

Questionado sobre o motivo de não ter anunciado a instalação de 3.000 centrífugas em seu discurso de segunda-feira, respondeu que não falou de cifras para não criar ambigüidade sobre os objetivos do Irã.

"Pensei que a imprensa estrangeira poderia interpretar que o programa do Irã terminava com a instalação de 3.000 centrífugas", disse. "Pelo contrário, entramos na fase industrial e a instalação das máquinas prosseguirá de maneira contínua até alcançar as 50.000 centrífugas", completou.

Dois inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) chegaram nesta terça-feira (10) a Teerã para uma visita de rotina à usina de Natanz. Os dois permanecerão uma semana no Irã, segundo a agência Fars.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Manuchehr Mottaki, voltou a descartar nesta terça-feira a suspensão do programa.

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"A suspensão do enriquecimento não é aceitável nem como condição prévia a negociações, nem como resultado destas. Já superamos esta fase", declarou Mottaki."Se tiverem algo novo a dizer, dissemos sempre que estamos dispostos a diálogos claros, integrados e sem pré-condições para buscar uma solução", disse ele, antes de destacar que este grupo tem que "aceitar a nova realidade" do programa nuclear iraniano.

O grupo 5+1 - os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU (EUA, Rússia, China, França e Grã-Bretanha) mais a Alemanha - fez uma proposta de cooperação ampliada ao Irã, em troca da suspensão das atividades de enriquecimento de urânio.

O ministro explicou que tinha tratado deste assunto com o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, no encontro que ambos tiveram em Riad durante a cúpula da Liga Árabe.Na ocasião, o iraniano disse ao secretário-geral da ONU que as negociações "devem ser sérias e ter como objetivo uma resolução integral". Silêncio

A AIEA rejeitou nesta terça em Viena, na Áustria, um pronunciamento sobre os avanços nucleares alcançados pelo Irã.

Um porta-voz da agência nuclear da ONU disse que os analistas do organismo não podem se pronunciar sobre o assunto "por uma questão de confidencialidade"."Estamos à espera de instruções", acrescentou o porta-voz sem fornecer mais detalhes.

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Outra fonte próxima à AIEA disse à agência Efe que é "improvável" que o Irã possa produzir urânio enriquecido em nível industrial, como o anunciou Ahmadinejad em Natanz, onde está a principal usina de enriquecimento do Irã.