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Premiê Pikrammenos (à direita, na segunda fila) participa de cerimônia de juramento | Aris Messinis/AFP
Premiê Pikrammenos (à direita, na segunda fila) participa de cerimônia de juramento| Foto: Aris Messinis/AFP

Projeção

Pesquisas indicam que o eleitorado grego ainda está dividido

Duas pesquisas de intenção de voto feitas logo após o governo interino ser anunciado ou tomar posse, ontem e na quarta-feira, mostraram que o eleitorado grego continua dividido, embora tenha caído o apoio ao partido neonazista Aurora Dourada e também ao Partido Comunista.

Uma pesquisa mostrou que o partido de centro-direita Nova Democracia ficará em primeiro lugar nas próximas eleições, enquanto outra indicou que o movimento de esquerda Syriza será vencedor.

De acordo com a sondagem da agência Pulse, publicada no jornal semanal To Pontiki, o Syriza pode obter 22% dos votos, acima da marca de 16,8% registrada na primeira eleição.

A pesquisa foi realizada nos dias 15 e 16, logo após o anúncio de que os líderes dos principais partidos políticos não tinham chegado a um acordo sobre uma coalizão e seria preciso realizar novas eleições.

O apoio aos dois partidos que negociaram o segundo pacote de resgate, de 130 bilhões de euros, também aumentou levemente.

O conservador Nova Democracia pode chegar a 19,5%, de 18,9% na primeira eleição. E o Partido Socialista (Pasok) deve conquistar 14% do eleitorado, de 13,2%.

Já o apoio ao neonazista Aurora Dourada deve cair a 5,5%, de 7% na primeira eleição.

De acordo com a sondagem do instituto Marc, divulgada pela emissora Alpha, o Nova Democracia receberia 26,1% dos votos se a eleição fosse hoje, nível bem superior à marca de 18,9% que o partido alcançou na primeira votação.

O número leva em conta apenas os votos válidos.

Já o Syriza receberia 23,7% dos votos, de 16,8% obtidos na eleição de 6 de maio.

O governo provisório da Gré­­cia foi empossado ontem para liderar o país até as eleições de junho, após um pleito inconclusivo no último dia 6 não permitir que as lideranças partidárias selassem um acordo para a formação de um governo de coalizão no Parlamento.

As pesquisas de intenção­­ de voto indicam que aumen­­tou o apoio ao partido Coalizão de Esquerda radical (Syriza), que defende a suspensão das medidas de austeridade acertadas com os credores. As pesquisas também mostram que cresceu o apoio ao partido Nova Democracia, de centro-direita, mas o cenário permanece incerto. As eleições deverão ocorrer em 17 de junho.

O gabinete de 16 membros tomou posse em cerimônia no palácio presidencial, em Atenas. Num ato meramente formal, também assumiram 300 parlamentares, que ocuparão as cadeiras apenas até sábado, quando o Parlamento deverá ser dissolvido com o anúncio formal da data das novas eleições.

O governo será liderado pelo chefe do Conselho de Estado, Panagiotis Pikram­­menos, que assumiu como premiê interino na quarta-feira. Prikramenos, de 67 anos, substituiu Lucas Papademos – um ex-vice-presidente do Banco Central Europeu –, que foi escolhido em novembro para liderar um governo de união e que foi incumbido de negociar o pacote de ajuda no valor de 130 bilhões de euros e a reestruturação da dívida do país.

O fracasso na formação de um governo de união levantou dúvidas sobre o futuro da Grécia na zona do euro, uma vez que os partidos de oposição são contrários às medidas de austeridade impostas ao país em troca do auxílio financeiro.

Ontem, o líder do Syriza, Alexis Tsipras, de 37 anos, ameaçou cortar o pagamento da Grécia aos credores se a União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) suspenderem o crédito ao país. Tsipras alertou que a UE também depende da Grécia.

Em entrevista ao jornal Wall Street Journal, dos EUA, Tsipras afirmou que um colapso financeiro da Grécia arrastaria consigo o resto da zona do euro. Para evitar isso, acrescentou, a UE deveria considerar uma política mais voltada ao crescimento, para conter a recessão e lidar com a "crise humanitária" que a Grécia atravessa.

"Nossa primeira opção é convencer nossos parceiros europeus de que, em seu próprio interesse, o crédito não pode ser interrompido. Se não conseguirmos convencê-los – porque não temos a intenção de tomar medidas unilaterais – e se eles prosseguirem com ações unilaterais da parte deles, ou, em outras palavras, se eles cortarem nosso crédito, então seremos forçados a suspender os pagamentos a nossos credores", disse o político.

Pesquisas recentes de intenção de voto indicam que o movimento Syriza deverá ser o mais votado na eleição parlamentar grega de 17 de junho, superando sua surpreendente segunda colocação na votação de 6 de maio.

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