São Paulo - Os incêndios florestais que atingem a Rússia continuam se alastrando e, em menos de 24 horas, triplicaram de 31 mil para 99 mil hectares. Até a manhã de ontem haviam sido registrados 774 focos. O primeiro-ministro Vladimir Putin determinou que o governo destine 5 bilhões de rublos (US$ 165 milhões) para ajudar as vítimas.
O ministério russo das Situações de Emergência dá sinais de ter contido o avanço das chamas. A situação "melhorou sensivelmente" nas últimas horas, afirmou ontem à televisão Rossia 24 a porta-voz do ministério em Moscou, Irina Andrianova. "320 focos de incêndio surgiram, 210 foram apagados. Nos últimos dois dias, as forças do ministério conseguiram evitar que casas fossem incendiadas e impediram perdas humanas", ressaltou Andrianova. Mais de 5,2 mil pessoas foram retiradas das zonas afetadas pelo desastre.
A imprensa russa critica o governo por insistir que a situação está "sob controle" apesar de a realidade indicar o contrário. Os incêndios florestais que atingem a Rússia em uma época de calor sem precedentes deixaram 30 mortos e devastaram povoados inteiros. Milhares de pessoas perderam suas casas.
Os serviços meteorológicos preveem para os próximos dias a continuação da seca e temperaturas muito altas, possivelmente superiores a 40ºC em algumas regiões.
"A ameaça de novos incêndios foi incrementada devido ao clima pouco favorável em várias regiões dos distritos Central e do Volga, com temperaturas que alcançam 40ºC e ventos de até 20 metros por segundo", informou o ministério.
Trigo
A seca na Rússia, um dos maiores exportadores de trigo do mundo, elevou os preços globais do cereal a níveis máximos em anos. Os futuros do trigo nos EUA subiram em mais de 5 por cento na sexta-feira.