Santiago (AFP) O governo chileno afirma que o comando de campanha do candidato à Presidência da oposição, Sebastián Piñera, ficou à beira da ilegalidade, quando, em uma coletiva de imprensa realizada sexta-feira, os coordenadores chamaram seus partidários a votarem no domingo. Esse tipo de mensagem estava proibido desde quinta-feira, de acordo com a interpretação da Presidência sobre as leis em vigor. "Essa coletiva de imprensa se põe no limite da legalidade", disse o secretário-geral de Governo, Osvaldo Puccio, ao lembrar que a lei impede que se transmita propaganda e mensagens políticas nas 72 horas prévias à votação.
Piñera tinha acusado o presidente Ricardo Lagos de intervir na campanha eleitoral, alegando que essa prática "deslegitima" o processo. "A brutal, maciça e desavergonhada intervenção do governo que temos observado nos últimos meses diminui a legitimidade desta eleição", disse o líder de direita ao jornal La Segunda. Ele não explicou exatamente de que forma Lagos teria intervindo, mas deu a entender que seu apoio à candidata socialista, Michelle Bachelet, não deveria ser declarado tão claramente. A troca interferência da troca de acusações não deve superar os cinco pontos que Bachelet tem de vantagem, segundo os analistas chilenos.