O regime sírio acusou os Estados Unidos de colaborarem com a Jordânia para treinar supostos "terroristas" em solo jordaniano, que depois entram na Síria, em um editorial publicado nesta quinta-feira (4) no jornal Al Zaura, considerado porta-voz do governo de Damasco.
No artigo, também se denuncia a criação de campos de treinamento fixos e móveis em território jordaniano.
"Hoje (a Jordânia) pode sofrer o verdadeiro significado de se afundar no caos", advertiu o jornal.
Recentemente, surgiram informações na imprensa jordaniana que revelavam a presença de mil especialistas militares dos Estados Unidos e da União Europeia, que poderiam ter sido enviados para perto da fronteira entre a Síria e a Jordânia.
Essas forças estariam treinando o Exército jordaniano para enfrentar a possibilidade do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, decidir lançar um ataque com armas químicas.
Estas informações não foram confirmadas pelas autoridades da Jordânia. Já a Frente de Ação Islâmica (FAI), principal partido de oposição do país, condenou a suposta presença de especialistas militares estrangeiros no país.
O futuro papel das forças americanas na Jordânia foi um dos assuntos que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, analisou com o rei jordaniano, Abdullah II, em sua visita realizada há duas semanas ao país árabe.
Durante sua viagem pelo Oriente Médio, Obama expressou suas reservas sobre a possibilidade de fornecer ajuda militar aos rebeldes sírios por medo de que as armas caiam em mãos extremistas.
Em outubro do ano passado, o Exército jordaniano negou que soldados americanos tivessem chegado na Jordânia para ajudar no recebimento dos refugiados sírios e na prevenção a um ataque químico, como Washington tinha informado.
Mais de 460 mil refugiados sírios vivem atualmente na Jordânia, dos quais 130 mil residem no campo de Zaatari, ao norte de Amã.