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Revolta árabe

Governo sírio assume controle de bairro rebelde em Homs

Combatentes rebeldes se refugiam em hospital improvisado em Idlib, uma das cidades atacadas pelas forças do governo | Zohra Bensemra/Reuters
Combatentes rebeldes se refugiam em hospital improvisado em Idlib, uma das cidades atacadas pelas forças do governo (Foto: Zohra Bensemra/Reuters)

O Exército sírio assumiu ontem o controle de todo o bairro rebelde de Baba Amr, em Homs, sitiado depois de 26 dias de artilharia e bombardeios. Os líderes do grupo opositor Exér­­cito Livre Sírio, Riad Assad, disse em comunicado que os opositores fizeram um "recuo tático" do bairro de Baba Amr devido a piora das condições humanitárias. No comunicado o grupo disse que a decisão foi to­­mada para poupar os cerca de 4 mil habitantes que insistem em permanecer em suas casas.

O chefe do grupo de oposição Conselho Nacional Sírio, Burhan Ghalioum, disse em uma conferência em Paris que os rebeldes se deslocaram de algumas áreas, mas que a resistência em Baba Amr "ainda é forte".

O governo prometeu na quarta-feira "limpar" Baba Amr do que chamou de "pistoleiros".

Na manhã de ontem, cerca de 7 mil soldados do regime de Da­­masco se concentraram nas imediações de Baba Amr, informou o "número 2" do Exército Livre Sí­­rio, Malek Kourdi.

Segundo o oposicionista, nos últimos três dias as tropas leais ao presidente sírio, Bashar Assad, teriam executado ao menos 300 homens e sequestrado 200 mu­­lheres que tentavam escapar de Baba Amr.

Na quarta-feira, as forças go­­vernamentais lançaram uma grande ofensiva contra esse bairro de Homs, onde ocorrem fortes combates com os desertores na tentativa de entrar na região.

Há quase um mês, os incessantes bombardeios fazem com que este bairro viva uma situação de crise humanitária. Segundo os opositores, faltam alimentos, não há energia e as comunicações estão cortadas.

O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal grupo da oposição, pretende organizar a entrega de ar­­mas aos rebeldes sírios, por meio de um "gabinete militar" criado recentemente, anunciou em Paris o presidente do CNS, Burhan Gha­­liun. "Sabemos que há países que manifestaram o desejo de armar os revolucionários. O CNS, por meio do gabinete militar, quer organizar este fluxo para evitar entregas diretas procedentes de países particulares", declarou à im­­prensa.

Ghaliun afirmou que o gabine­­te militar ficará o mais perto possível do campo de batalha, provavelmente na Turquia, e terá por missão constatar quais armas são necessárias para quais missões.

O CNS assume assim a militarização crescente do movimento de contestação contra o regime de Bashar al-Assad, iniciado há quase um ano e que a princípio era essencialmente pacífico.

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