O governo dos Estados Unidos enfrenta uma nova paralisação das atividades federais em menos de um mês à medida que o Congresso americano não conseguiu aprovar a tempo um projeto orçamentário que evitasse o "fechamento" da administração do republicano. A segunda paralisação do governo teve início à meia-noite (de Washington; 3h de Brasília), quando expirou o projeto de curto prazo aprovado em 22 de janeiro e que deu fim ao primeiro "shutdown" enfrentado por Trump.
Poucas horas mais tarde, o Senado acabou aprovando um amplo acordo orçamentário bipartidário de dois anos e um projeto de gastos, numa tentativa de reverter a paralisação parcial. O acordo foi aprovado por 71 votos a favor e 28 contra, superando objeções de republicanos que alegam que a proposta levaria ao aumento indiscriminado do déficit fiscal.
A proposta será encaminhada agora para a Câmara dos Representantes e a expectativa é de que lá ela seja aprovada por uma estreita margem, uma vez que líderes republicanos se esforçam para convencer deputados mais conservadores a apoiar o projeto.
Se o acordo passar na Câmara e for assinado pelo presidente Donald Trump nas próximas horas, o “fechamento” pode ser revertido antes de o dia de trabalho começar nos EUA nesta sexta.
Oposição
Na tarde de quarta-feira (7), o líder republicano no Senado, Mitch McConnell (Kentucky), e o líder democrata, Chuck Schumer (Nova York), divulgaram um acordo que estende o financiamento ao governo por mais dois anos e amplia os gastos do governo em quase US$ 300 bilhões nesse período. O orçamento militar cresceria US$ 165 bilhões nesses dois anos, enquanto a receita de outros programas domésticos teria expansão de US$ 131 bilhões.
No entanto, a proposta sofreu forte oposição do senador republicano Rand Paul (Kentucky). Ele se posicionou de forma contrária à medida e fez um discurso de mais de duas horas no plenário do Senado, protestando contra o acordo porque o déficit dos EUA aumentaria em centenas de bilhões de dólares. Ele frisou que o acordo pode aumentar o déficit federal em até US$ 1 trilhão.
Imigração fora de pauta
O impasse em torno do financiamento ao governo federal americano começou em meados de janeiro, quando a Casa Branca rejeitou um projeto bipartidário de imigração. Os democratas condicionaram seu voto a favor de qualquer proposta orçamentária que permitisse a permanência no país de 700 mil inscritos no Daca, programa do governo Barack Obama que suspendeu temporariamente deportações de jovens imigrantes levados aos EUA ilegalmente ainda crianças. Em setembro, a Casa Branca anunciou que o benefício deixará de existir em março caso o Congresso não regularize de maneira definitiva a situação desses imigrantes nesse período.
Com isso, em 20 de janeiro, o governo Trump foi paralisado pela primeira vez, mas um acordo foi firmado entre republicanos e democratas dois dias depois para fazer com que a máquina pública federal americana voltasse a operar. A condição imposta pelos senadores da oposição era de que a questão imigratória fosse levada à pauta do Senado antes de 8 de fevereiro. No entanto, apesar disso não ter ocorrido, Schumer foi favorável a um acordo para tentar evitar um novo "fechamento" do governo Trump.
Apesar da proposta ter passado pelo Senado, uma aprovação na Câmara dos Representantes é incerta. A deputada Nancy Pelosi (Califórnia), que lidera o Partido Democrata na Câmara, já disse ser contra o projeto sem que haja uma votação sobre a questão imigratória. O grupo conservador republicano Freedom Caucus, por sua vez, mostrou-se contrário à medida bipartidária por defender maiores gastos com defesa.
Fontes: Associated Press/Dow Jones Newswires.
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