Um corte imediato dos subsídios do governo dos EUA a fornecedores deve afetar profundamente o mercado local de planos de saúde, aumentando preços do serviço e afetando a cobertura de ao menos 7 milhões de beneficiados pelo Obamacare, sistema criado por Barack Obama.
Depois de assinar um decreto autorizando a venda de planos de curto prazo e cobertura mais enxuta, revertendo regras de seu antecessor na Casa Branca, o presidente americano Donald Trump acaba de anunciar a suspensão de cerca de US$ 9 bilhões, ou R$ 28,3 bilhões, em estímulos a fornecedores.
Nos próximos dez anos, US$ 100 bilhões, ou cerca de R$ 315 bilhões, seriam gastos para manter os preços dos planos mais acessíveis a famílias mais pobres do país.
Mas, de acordo com um comunicado da Casa Branca, o governo não pode realizar esses pagamentos.
"O Congresso precisa revogar e substituir a desastrosa lei do Obamacare e dar alívio real ao povo americano", afirma o texto.
Uma parcela dos republicanos, colegas de partido de Trump, faz coro, defendendo o corte e afirmando que um presidente, no caso Obama, não poderia ter determinado esses pagamentos, já que cabe ao Congresso controlar o dinheiro do governo federal.
Mas, na visão de prestadores de serviço, a medida deve aumentar o custo para usuários em até 15%, inviabilizando de vez o Obamacare e deixando milhões de americanos de fora da cobertura.
Nesse sentido, Trump, que tenta derrubar o sistema do antecessor desde que foi eleito, cria problemas até para o próprio partido a um ano das eleições para o Legislativo, forçando o Congresso a aprovar uma alternativa na área da saúde ou buscar fundos para futuros pagamentos.
Oposição
Democratas agora se mobilizam contra o presidente para defender os subsídios.
"O que ele está fazendo é letal. Não é só destrutivo, é letal", diz Nancy Pelosi, deputada líder da oposição. "Temos de barrar essas medidas porque pessoas vão morrer."
Parlamentares dos dois partidos vêm se esforçando para convencer Trump a mudar de ideia, receosos de sofrer retaliação nas urnas.
Nos bastidores, Trump já sinalizou que os pagamentos poderão continuar caso um acordo bipartidário seja selado no Congresso.
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