Mulheres com implantes mamários feitos por uma extinta empresa francesa não precisam removê-los, mas devem buscar conselho médico se acharem que eles se romperam, disseram autoridades da área de saúde britânica nesta quarta-feira (27). Autoridades francesas disseram que decidiriam em breve se ofereceriam cirurgia para a retirada dos implantes da empresa francesa Prótese de Implante Poly (PIP) em até 30.000 mulheres na França se pesquisas mostrarem que o silicone usado pode causar câncer. Até 300.000 implantes da PIP, que são usados em cirurgia cosmética para aumentar o tamanho do seio ou para substituir tecido mamário, foram vendidos no mundo todo antes de o uso ser interrompido no ano passado. Na França, oito casos de câncer apareceram em mulheres com implantes de silicone da PIP, provocando um alerta de saúde e abrindo um inquérito do Instituto Nacional do Câncer (INC) do país. Mas a Agência Regulatória de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA) da Grã-Bretanha disse que não havia "provas suficientes que indicassem qualquer associação com câncer". "Atualmente, não há evidências que apoiem a retirada rotineira do PIP ou de qualquer outro tipo de implante de seio de gel de silicone", disse uma porta-voz. O MHRA, uma agência do governo responsável por garantir que remédios e dispositivos médicos funcionem e sejam seguros, disse que sabia dos relatos na França de que uma mulher que teve implantes de seio PIP morreu recentemente de um linfoma anaplásico de células grandes - uma forma rara de câncer que afeta as células do sistema imunológico. Disse, no entanto, que seus próprios testes conduzidos em 2010 em implantes mamários de gel de silicone PIP não descobriram provas de que causam câncer ou toxidade química do material dentro deles. "O conselho do MHRA continua sendo que as mulheres com dúvidas sobre implantes de seios, ou que achem que seus implantes podem ter se rompido, devem procurar conselho clínico do seu cirurgião", disse a agência.
Autoridades sanitárias francesas suspenderam as vendas e a publicidade dos implantes mamários de gel de silicone da PIP em 2010, depois que uma inspeção em uma fábrica da empresa descobriu que a maioria dos implantes feitos desde 2001 eram preenchidos com um gel de silicone não autorizado, e não com o material originalmente aprovado. A empresa não faz mais negócios. A ministra da Saúde da França, Nora Berra, disse na terça-feira que seu ministério iria tomar uma decisão na sexta-feira sobre o que fazer a seguir, assim que tiver as conclusões do inquérito do INC. Se for estabelecida uma relação, o governo francês pagará pela cirurgia de retirada dos implante de todos as mulheres, disse.
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