As emissões de gases do efeito estufa da Grã-Bretanha poderiam diminuir 10 por cento até 2050 se o país cobrisse mais 4 por cento do seu território com florestas, ou plantasse árvores numa área equivalente a 30 mil campos de futebol por ano, segundo um relatório divulgado nesta quarta-feira.

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Atualmente, as florestas cobrem 3 milhões de hectares da Grã-Bretanha (12 por cento do total). Elevar esse número em um terço (ou seja, para 16 por cento) poderia reduzir os níveis de emissões previstos para os próximos 40 anos, segundo um relatório encomendado pela Comissão Florestal britânica.

"As florestas podem fazer uma contribuição significativa e de boa relação custo-benefício para atender às desafiadoras metas da Grã-Bretanha para a redução de emissões", disse o professor David Read, ex-vice-presidente da Real Sociedade e presidente da comissão de cientistas que produziu o relatório.

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Ele sugeriu o uso de mais madeiras de origem sustentável em substituições a combustíveis fósseis e outros materiais nocivos ao meio ambiente.

Atualmente, a Grã-Bretanha planta 9.000 hectares de árvores por ano, e o relatório diz que o número deveria subir para 23 mil, e que a atual tendência do uso de madeira para a construção e reforma das casas britânicas poderia evitar a emissão de mais 36,7 milhões de toneladas de dióxido de carbono até 2019.

Na Europa como um todo, a cobertura florestal é de 37 por cento, mais que o triplo do índice britânico.

O estudo lembra que florestas recém-plantadas capturam mais carbono que as já maduras e que, por isso, é importante continuar plantando árvores.

As emissões britânicas de gases do efeito estufa caíram 2 por cento em 2008, o que deixa o país em boas condições de cumprir sua meta de uma redução de 12,5 por cento em relação a 1990, conforme prevê o Protocolo de Kyoto.

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"Enquanto tantas medidas de redução das emissões têm conotações negativas, a plantação de árvores pode ser uma solução em que todos ganham: as pessoas adoram árvores, nós nos beneficiamos delas de muitas formas diferentes, e agora sabemos que elas podem desempenhar um papel significativo na redução das emissões de dióxido de carbono da Grã-Bretanha", acrescentou Read.