Uma granada foi lançada a 500 metros do prédio onde estão as urnas que serão usadas durante as eleições presidenciais em Honduras. O país vive uma crise política nos últimos quatro meses, desde a queda do presidente eleito Manuel Zelaya, em 28 de junho. A granada lançada ontem à noite não causou estragos, nem deixou feridos. Um porta-voz da polícia afirmou que "a intenção era destruir material eleitoral para sabotar as eleições".
Zelaya pede que a comunidade internacional não reconheça as eleições de 29 de novembro, caso ele não retorne ao cargo até lá. O governo de facto espera que a eleição encerre o isolamento diplomático vivido pelo país desde o golpe. Ontem, Zelaya acusou os Estados Unidos de mudarem de posição "na última hora" sobre o golpe. "Os Estados Unidos se debilitaram diante de um ditador", afirmou Zelaya em entrevista à "rádio Globo", segundo o jornal "La Tribuna".
No mesmo dia, o subsecretário-adjunto norte-americano para o Hemisfério Ocidental, Craig Kelly, disse que as eleições marcadas para o fim do mês são "parte da solução" para a crise. Zelaya quer que Washington mantenha sua posição de exigir o retorno do líder eleito, para apenas nesse caso reconhecer as eleições.
Zelaya e o governo de facto de Roberto Micheletti chegaram a firmar um pacto, para formarem um governo de união. O líder deposto, porém, exigia primeiro seu retorno, para então discutir o gabinete. A decisão sobre a volta ou não de Zelaya está nas mãos do Congresso, sem data marcada para ocorrer.
Micheletti afirma que Zelaya desistiu unilateralmente do pacto, enquanto o líder deposto denuncia a manobra do governo golpista. As Forças Armadas de Honduras prometeram redobrar os esforços na preparação para as eleições, após a explosão da granada, segundo o "La Tribuna".
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