Explosões de granadas feriram dois soldados nesta segunda-feira num quartel de Bangcoc, aumentando o clima de tensão num dia em que dezenas de milhares de manifestantes contrários ao governo se aglomeram em outras instalações militares nos arredores da cidade.

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Não se sabem quem provocou as explosões, ou se elas têm ligação com os protestos dos "camisas vermelhas", seguidores do ex-premiê Thaksin Shinawatra, que tentam derrubar o atual governo.

Logo antes do incidente, o primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva havia rejeitado um ultimato dos manifestantes para dissolver o Parlamento e convocar eleições até as 12h (hora local).

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Apoiado pelos militares e pela elite civil, Abhisit disse em rede nacional de TV que não é hora de realizar eleições, nas quais analistas dizem que aliados de Thaksin seriam favoritos.

O coronel Nattawat Attanibutt disse que uma investigação inicial mostrou que as granadas foram atiradas para dentro do quartel por um lançador modelo M-79, a partir da rua Viphavadi-Rangsit. Os soldados foram hospitalizados. "Um deles sofreu ferimentos no abdome e o outro foi ferido no braço", disse Nattawat.

Apesar da tensão política, a Bolsa local permanece atraindo investimentos estrangeiros - cerca de 812 milhões de dólares em três semanas - refletindo a recuperação das economias emergentes no Sudeste Asiático.

No ano passado, a Tailândia registrou os piores incidentes de violência em manifestações nos últimos 17 anos, o que não impediu a Bolsa de Bangcoc de saltar 63 por cento.

A atual turbulência é sintoma de uma prolongada crise política que opõe, de um lado, os militares, os monarquistas e a elite urbana - que usam amarelo nos protestos e apoiam Abhisit; e do outro os seguidores de Thaksin, identificados pela cor vermelha, oriundos principalmente das classes trabalhadoras rurais, e que se sentem alienados.

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Após o prazo para a dissolução do Parlamento, os manifestantes recuaram do quartel onde estavam para o seu principal local de concentração, reforçando as especulações de que Abhisiti resistirá ao confronto com os "camisas vermelhas".

"Ouvimos a resposta de Abhisit. Fizemos o que viemos fazer e vamos avaliar o que fazer em seguida", disse o líder manifestante Veera Musikapong à multidão, sob o forte sol do meio-dia. "Fora, Abshiti; fora elite", gritavam os manifestantes.

Os protestos começaram à sexta-feira e chegaram a reunir até 150 mil no domingo. Em geral, eles transcorreram de forma pacífica e ordeira.