Uma das disputas políticas mais duradouras da Europa chegou ao fim nesta sexta-feira (25), com o parlamento grego aprovando um acordo que permite à Macedônia mudar seu nome e eventualmente se unir à Otan e à União Europeia.
A votação na Grécia, que terminou com aprovação de 153 votos na câmara de 300 lugares, foi o passo final em um processo precário de sete meses que incluiu protestos de rua, oposição nacionalista, supostas tentativas russas de interferência e caminhos frágeis para a ratificação em ambos os países.
Amplamente apoiado pelos líderes dos Estados Unidos e da União Europeia, o acordo pede que a Macedônia mude seu nome para Macedônia do Norte, enquanto a Grécia, em troca, deixa de lado a oposição de longa data que impediu seu vizinho de se integrar mais formalmente à Europa.
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Autoridades norte-americanas disseram que o acordo tem a chance de transformar e estabilizar os Bálcãs, uma região que está economicamente atrasada em relação ao resto da Europa e é objeto de disputa por influência entre a Rússia e o Ocidente. Mas as pesquisas indicam que quase 7 em cada 10 gregos se opõem ao acordo, e muitos acusam o primeiro-ministro Alexis Tsipras de afastar seu partido de suas raízes populistas, ao mesmo tempo em que tentava obter um aclamado reconhecimento do exterior.
A disputa sobre o nome da Macedônia tem sido quente por quase três décadas, desde que o país foi formado nos escombros do colapso da Iugoslávia. A questão do nome pode parecer obscura, mas tornou-se um indicador do debate mais amplo sobre a identidade nacional em uma região com uma história profunda e orgulhosa.
A antiga Macedônia abrangia uma área ampla – um império outrora governado por Alexandre, o Grande – e hoje uma área do norte da Grécia é também conhecida como Macedônia. A Grécia, antes desta votação, referiu-se ao seu vizinho do norte como a Antiga República Jugoslava da Macedónia, ou FYROM. Alguns gregos dizem que os macedônios estão fazendo reivindicações injustas sobre o território ou herança grega.
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