Grécia commora devolução de fragmento do Partenon

A Grécia comemorou nesta terça-feira a devolução de um pequeno fragmento do Partenon pela Universidade de Heidelberg, da Alemanha. O país considerou o ato um importante passo para a devolução das esculturas do templo, que estão no Museu Britânico.

O fragmento de mármore do pé de uma estátua foi colocado de volta no friso norte do Partenon, edifício construído no século V a.C. Parte do friso está hoje no Museu da Acrópole, em Atenas, mas a maior parte dele está em Londres.

- Pela primeira vez em quase 200 anos, um pedaço precioso do Partenon que estava no exterior é colocado em seu lugar - comemorou o ministro da Cultura, George Voulgarakis. - Os mármores do Partenon começaram a voltar para casa.

Os monumentos da acrópole de 2.500 anos são tidos como o auge da Idade do Ouro de Atenas.

O fragmento de pé faz parte de um friso de procissão. A maior parte dele está no Museu Britânico, numa coleção conhecida como Mármores de Elgin, com o nome do embaixador britânico que as tirou da Acrópole e as levou para a Grã-Bretanha, em 1802.

A atriz e ministra Melina Mercouri, já falecida, liderou nos anos 80 uma forte campanha pela devolução dos monumentos, descritos por ela como tesouros nacionais roubados.

O Museu Britânico já negou várias vezes esse tipo de pedido, alegando que os mármores estão sendo mais bem cuidados em Londres, a salvo da poluição de Atenas, que já danificou os mármores que ficaram no país.

A Grécia pretende abrir no ano que vem um museu que está sendo construído perto da Acrópole, especialmente para abrigar esses mármores.

- É a primeira vez que um pedido de devolução de uma peça de mármore do Partenon foi aceito - enfatizou Voulgarakis. - Pela primeira vez, o acordo velado entre os museus que possuem esculturas do Partenon foi rompido.

As autoridades gregas tentam apaziguar o temor dos museus de que todos os países requisitem seus tesouros de volta afirmando que o Partenon é um caso especial, a restauração de um monumento de importância mundial cujos fragmentos estão espalhados pelo mundo.

- É preciso deixar claro para todos os museus do mundo que têm coleções gregas ou estrangeiras que as esculturas do Partenon são muito especiais - disse Voulgarakis. - Um acordo para restaurar a integridade do Partenon não significa que eles serão privados de suas preciosas coleções.