O exército da Grécia prosseguia neste domingo (12), sem incidentes, com a operação para neutralizar uma bomba da Segunda Guerra Mundial, recentemente descoberta na cidade de Tessalônica (norte), onde cerca de 70 mil habitantes foram evacuados.
“A primeira fase, a de desarmar a b, foi concluída. O transporte da mesma começa agora”, como planejado, para um campo de tiro nas proximidades, anunciou o prefeito regional, Apostolos Tzitzikotas, no início da tarde, menos uma hora após o início das operações dos militares sapadores.
O prefeito ressaltou que a ordem de evacuação emitida para os cerca de 70 mil residentes da cidade continuava em vigor, e até o final de toda a operação, prevista para o início da noite.
Contendo 250 kg de explosivos, a bomba foi descoberta na semana passada perto de um posto de gasolina nos subúrbios de Tessalônica, a maior metrópole do norte da Grécia.
Sua neutralização é uma operação sem precedentes na Grécia, “onde jamais uma bomba de tal poder foi encontrada em uma área densamente povoada”, segundo afirmou Tzitzikostas no sábado.
Deslocamentos
Delimitados por um cordão de isolamento estabelecido pela polícia em um raio de 1,9 km ao redor da bomba, os bairros afetados pela ordem de evacuação pareciam fantasmas, observou a AFP.
Mas, segundo um comerciante da região, Stelios Orphanos, alguns moradores poderiam ter permanecido dentro de suas casas, “por medo de ladrões”, apesar da mobilização de mil policiais para proteger a área e garantir a evacuação.
“Não há nada a temer. Se a bomba tivesse que explodir, já o teria feito”, lançou um senhor octogenário, entrando em um dos ônibus fretados pelas autoridades.
A maioria desses veículos ficaram vazios, bem como as instalações destinadas à recepção dos evacuados, uma vez que muitos moradores se afastaram da área por conta própria.
Cerca de 400 refugiados abrigados em um campo perto do local das operações também foram evacuados na parte da manhã. Muitos aproveitaram a oportunidade para uma visita ao museu arqueológico da cidade, organizada a pedido do Ministério para a Política de Migração.
Segundo depoimentos retransmitidos pelos meios de comunicação gregos, a bomba teria sido lançada pela RAF britânica em 1943, durante um bombardeio da Segunda Guerra Mundial que visava a estação ferroviária e o porto da cidade e que teria matado centenas de pessoas.
O exército não confirmou essa tese, dizendo que não dispunha de provas sobre a origem da bomba.
Mais de 70 anos após o fim da guerra, países da Europa, principalmente a Alemanha, encontram regularmente bombas desta época, especialmente em locais de canteiros de obras.