A Grécia se ofereceu a levar ajuda humanitária para a Autoridade Palestina depois que os navios da frota pró-palestina que iriam para Gaza foram proibidos de deixar portos gregos e um de seus capitães ter sido preso no país.
O comboio de navios de carga e passageiros levava voluntários de países como Estados Unidos, Canadá, França e Espanha e estava com saída prevista uma semana atrás.
Em ligação por telefone para o presidente palestino, Mahmoud Abbas, neste domingo (03), o primeiro-ministro grego, George Papandreou, se ofereceu a enviar ajuda humanitária, principalmente alimentos e remédios, para a Gaza em cooperação com as Nações Unidas.
"O presidente Mahmoud Abbas considerou a proposta positiva e mostrou o seu apoio", disse em comunicado o gabinete do primeiro-ministro. É possível que exista ajuda adicional feita pela Grécia além dos materiais que teriam ido na frota.
Um ano depois que nove ativistas foram mortos quando fuzileiros navais israelenses atacaram outra frota de ajuda à Palestina, autoridades gregas disseram na sexta-feira que os navios destinados a Gaza foram proibidos de deixar os portos do país, mesmo com eles navegando por águas internacionais. A Grécia não deu justificativa formal para a decisão.
Em outra nota divulgada no domingo, o ministro das Relações Exteriores grego disse que a proibição da Grécia foi decidida por preocupações de segurança e foi feito em consonância com pedido da ONU e recomendação da União Européia.
ONU desencoraja frotas
Na Organização das Nações Unidas em New York, o "quarteto" de negociadores de paz no Oriente Médio divulgou comunicado dizendo que as frotas devem ser desencorajadas.
O ministério reiterou posição da Grécia de que o bloqueio de Israel à Gaza deve ser extinto e que as condições humanitárias na área devem ser melhoradas.
"A Grécia reitera a sua disposição e se propõe a transportar o auxílio humanitário, com embarcações gregas ou de outras maneiras apropriadas, via os canais existentes que foram pedidos pelo secretário-geral das Nações Unidas", disse.
Israel diz que o bloqueio de Gaza tem como objetivo impedir que armas cheguem nas mãos do grupo que está à frente da região, o Hamas.
Um navio com ativistas dos EUA chamado "The Audacity of Hope" (A Audácia da Esperança) tentou deixar o porto de Perama, próximo de Piraeus, no sábado. Ele foi conduzido de volta pela guarda costeira da Grécia, que disse que o capitão do navio, John Klusmire, 60 anos, foi preso e teria que comparecer em audiência na próxima terça-feira para enfrentar acusações criminais.
O porta-voz da guarda costeira grega, George Economou, disse que o capitão norte-americano foi preso por não ter permissão de navegar e por expor os passageiros a um possível perigo.
Em coletiva de imprensa no sábado, os organizadores acusaram o governo grego de estar sendo forçado a impor a proibição, pois o governo dos EUA não quer que a frota prossiga viagem. Eles disseram que 10 navios, incluindo "The Audacity of Hope", com 350 voluntários, estavam prontos para navegar.
No entanto, a maior parte das embarcações foi bloqueada em portos em Creta, Corfu ou Atenas, e atualizações de Twitter de jornalistas que planejavam participar da viagem sugerem que alguns estão abandonando o projeto por conta da frustração.
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