Os países da União Europeia confirmaram à Grécia que fecharão um segundo pacote de resgate ao país, o que está condicionado à aprovação pelo Parlamento grego do novo plano de austeridade, na próxima semana.
O governo grego está confiante em que os parlamentares vão apoiar o plano de cortes de gastos e aumento de impostos, que recebeu o aval dos europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O primeiro-ministro grego, George Papandreou, disse ontem que o novo empréstimo será "similar" ao primeiro, que foi fechado em 110 bilhões de euros (R$ 249,7 bilhões).
"O apoio dos líderes europeus foi concedido porque reconhecem o esforço e os sacrifícios dos gregos. Sabem que estamos fazendo tudo o que podemos", ressaltou o premiê, ao final da cúpula de líderes da União Europeia.
O mercado financeiro, no entanto, teme que o Parlamento grego negue o plano de austeridade, que foi apresentado hoje aos parlamentares, mas só deve ser votado na quarta ou quinta-feira.
Por causa da ceticismo do mercado, a cotação do euro bateu no fundo do poço ontem. Na comparação com o franco suíço, a moeda comum europeia perdeu 0,7% do seu valor, depois de bater a menor cotação já registrada ao longo do dia.
A queda do euro também esteve relacionada ao temor de que bancos italianos possam sofrer contágio da crise grega, principalmente por causa da exigência alemã de dividir com os bancos privados parte da fatura do segundo resgate.
A chanceler alemã, Angela Merkel, reconheceu que os países europeus concordam com a necessidade de uma segunda ajuda à Grécia, mas que o pacote deve incluir a participação "voluntária do setor privado", assim como a de governos.
A expectativa do mercado era de que o novo pacote somasse 120 bilhões de euros, dos quais 30 bilhões de euros viriam da participação privada. Essa participação dos investidores será a troca de títulos da dívida grega por papéis de mais longo prazo quando o vencimento estiver próximo.
Segundo fontes da UE, o novo pacote de resgate incluirá 30 bilhões de euros em rolagem de bônus gregos por investidores privados, 30 bilhões em vendas de ativos estatais gregos e o restante em novos empréstimos da UE e do FMI. "A nova linha será similar em valor" à primeira, informou Papandreou.
Apesar das dificuldades, Papandreou disse estar otimista. "Nós temos o apoio dos nossos parceiros porque eles reconhecem os sacrifícios do povo grego. Nós estamos tentando tudo o que podemos para colocar a nossa casa em ordem", declarou Papandreou.
"O senso de responsabilidade nacional vai reinar na votação parlamentar", disse Papandreou quando indagado se ele espera que todos os 155 deputados socialistas, aliados ao governo, apoiem o pacote na Casa, que tem 300 assentos.