Voos cancelados, trens parados, órgãos tributários fechados - esses e outros transtornos aguardam a população grega por causa da greve do funcionalismo público convocada para quarta-feira (5), apesar do apelo do governo por apoio às medidas destinadas a evitar a falência nacional.
Algumas escolas públicas também irão parar, e hospitais só atenderão casos de emergência. Após uma trégua durante o verão, será a primeira greve nacional contra os cortes salariais e demissões de funcionários públicos recomendados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela União Europeia.
A Adedy e a GSEE, principais centrais sindicais gregas, esperam a adesão de centenas de milhares de pessoas à greve, e a participação de milhares em protestos nas ruas.
"Infelizmente, as novas medidas estão apenas ampliando as políticas injustas e bárbaras que esvaziam os direitos e o rendimento dos trabalhadores e empurram a economia para mais fundo na recessão e na dívida", disse Stathis Anestis, porta-voz da GSEE, à Reuters.
"Com essa greve, o governo, a UE e o FMI serão forçados a reconsiderar essas políticas desastrosas."
O governo grego abalou os mercados financeiros internacionais nesta semana ao anunciar que irá descumprir as metas de déficit para 2011, impostas como condição para um resgate financeiro internacional -- supostamente o último recurso contra uma moratória.
O ministro das Finanças, Evangelos Venizelos, disse nesta terça-feira que a situação financeira da Grécia pode piorar ainda mais neste ano se o país não conseguir se unir em torno das reformas e demonstrar "coesão nacional e solidariedade."
Funcionários públicos, estudantes e pensionistas começarão a se reunir no centro de Atenas às 8h (5h em Brasília). Em seguida, farão uma passeata até a praça Syntagma, para protestar diante do Parlamento.
A central sindical comunista Pame deve realizar uma manifestação paralela. Os sindicatos dos policiais, bombeiros e soldados da guarda costeira devem aderir às manifestações no centro da capital.
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