Atenas O procurador grego responsável por casos de terrorismo e crime organizado, Dimitris Papangelopoulos, pediu ontem que seja investigado se os incêndios florestais, que mataram 63 pessoas desde sexta-feira e deixaram a Grécia sob estado de emergência, podem ser considerados atos de terrorismo. O governo suspeita que parte dos incêndios seja criminosa e caso consiga usar a lei antiterror do país, terá poderes mais amplos de investigação e detenção. Pelo menos sete pessoas foram presas até ontem, acusadas de envolvimento nos incêndios.
O anúncio de Papangelopoulos é uma tentativa do governo de rebater as críticas sobre sua atuação numa das piores tragédias do país. Ontem, cerca de 2 mil manifestantes protestaram em Atenas, acusando o governo de incompetência. "Como isso pôde acontecer conosco? Não houve planejamento nenhum e agora temos 63 mortos", disse Nicoleta Petsa, 30 anos, que levou os dois filhos à manifestação, organizada por grupos da esquerda.
Jornais gregos estamparam manchetes como: "Incompetentes! Luto pelos mortos. Revolta com a ausência de Estado" e "Vergonha pelo colapso do Estado". A pouco mais de duas semanas das eleições parlamentares, o partido governista Nova Democracia mantém uma vantagem de apenas 1,5% ponto porcentual sobre o Movimento Socialista Pan-Helenista (Pasok) da oposição. Além do endurecimento das investigações, o governo ofereceu, no sábado, recompensas de até US$ 1 milhão para quem ajudar a localizar os autores dos supostos atos criminosos.
No quarto dia de incêndios, milhares de gregos continuavam sendo forçados a abandonar suas casas para fugir das chamas que se espalhavam rapidamente. Várias cidades, no entanto, ficaram isoladas pelo fogo.
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