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Jornal britânico em banca espanhola fala da crise na Grécia
O juiz Panagiotis Pikrammenos, de 67 anos, foi nomeado ontem o primeiro-ministro interino da Grécia para liderar o governo enquanto o país se prepara para realizar novas eleições, previstas para o dia 17 de junho.
No último dia 6, um pleito inconclusivo não permitiu que as lideranças partidárias selassem um acordo para a formação de um governo de coalizão no Parlamento. Em casos assim, a constituição grega determina que o cargo seja assumido pelo chefe do Conselho de Estado, o principal tribunal administrativo do país.
A nomeação do premiê interino ocorre em meio à incerteza política e econômica na Grécia e à crescente preocupação dos credores internacionais e até dos gregos com a situação do país. Desde 7 de maio, cerca de 700 milhões de euros (US$ 898 milhões) foram sacados dos bancos gregos pelos correntistas.
Alexis Tsipras, líder do partido Syriza, de extrema esquerda, acusou ontem a chanceler alemã Angela Merkel e a União Europeia (UE) de "estarem jogando pôquer com as vidas dos europeus".
A Syriza obteve a segunda maior votação em 6 de maio, superior a 16% do eleitorado. Pesquisas de intenção de voto indicam o partido como favorito para vencer as próximas eleições. Tsipras defende que a Grécia revogue o acordo fechado com a UE e o Fundo Monetário Internacional (FMI), fechado em março.
Isso pode significar que a Grécia abandonará a zona do euro, como alertaram governos de alguns países da Europa ocidental.
Currículo
Pikrammenos era presidente do Conselho desde 2010. Antes disso, foi gerente geral da Escola Nacional de Juízes da Grécia e trabalhou no departamento legal do ex-premiê Konstantinos Mitsotakis entre 1992 e 1993.
Logo após a posse, Pikrammenos disse que a Grécia enfrenta condições extremamente difíceis e acrescentou: "Pelo bem do país, devemos manter um estado de calma e ordem".
Prikramenos substitui Lucas Papademos um ex-vice-presidente do Banco Central Europeu , que foi escolhido em novembro para liderar um governo de união e que foi incumbido de negociar o pacote de ajuda no valor de 130 bilhões e a reestruturação da dívida do país.
Incapacidade
O acordo para o pacote e a reestruturação foi fechado em março. No entanto, o fracasso na formação de uma coalizão e a divisão do eleitorado levantaram dúvidas sobre a capacidade da Grécia de implementar seu programa de reformas e, consequentemente, garantir seu futuro na zona do euro.
