Atenas - A polícia grega atirou gás lacrimogêneo contra grupos de manifestantes que jogavam pedras durante passeata de milhares de pessoas em Atenas, nesta quarta-feira, para marcar o aniversário de uma revolta estudantil em 1973 contra a ditadura que governava a Grécia na época.
Cerca de 17 mil estudantes, professores, trabalhadores e aposentados seguiram sob forte chuva em direção à embaixada norte-americana, cantando slogans mais relevantes à atual crise de dívida da Grécia, como "Sem FMI, sem UE, vamos assumir nosso próprio destino."
A polícia entrou em confronto com grupos de jovens encapuzados que atiravam pedras contra eles perto da embaixada e disparou várias bombas de gás lacrimogêneo para dispersá-los. Os manifestantes acusam os Estados Unidos de apoiarem a junta militar que governou o país entre 1967 e 1974.
Mais cedo, a polícia usou o gás contra um pequeno grupo de jovens vestidos de preto, que começou a destruir vidraças de lojas e atirou um foguete de sinalização na direção dos agentes de segurança. Confrontos esporádicos foram vistos no centro de Atenas depois do fim da marcha e 48 manifestantes foram detidos.
A manifestação anual, vigiada por mais de 7 mil policiais, marcou a revolta na Universidade Politécnica de Atenas, na qual se acredita que dezenas de pessoas tenham morrido quando tanques derrubaram os portões da escola para conter uma revolta que precipitaria o fim do governo militar.
"Estamos aqui para honrar a revolta histórica, mas também para protestar contra a UE e o FMI e as severas condições", disse Nicos Antoniou, de 45 anos, um funcionário de uma livraria. "Estamos cansados deste governo."
A Grécia está implementando duras medidas de austeridade, como aumento de impostos e cortes em salários, exigidos pela União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca dos 110 bilhões de euros em empréstimos que pretendem tirar o país da beira da falência.
As lojas foram fechadas e o trânsito parou na capital, enquanto a manifestação, encabeçada por uma bandeira da escola politécnica manchada de sangue, atravessava a cidade até chegar à embaixada norte-americana.
"Neste ano, o aniversário encontra nosso país em uma crise prolongada, em momentos muito difíceis", disse Gregoris Tassoulas, autoridade da segurança pública. "O povo grego agora está lutando pela sobrevivência econômica."
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