Docentes paraguaios dos ensinos primário e médio iniciaram nesta segunda-feira (29) uma greve indefinida, que deixou 10 mil escolas sem aulas, para exigir melhores pensões e mais fundos para a educação pública, segundo a Federação de Educadores do Paraguai (FEJ).
O dirigente da FEJ, Carlos Parodi, declarou à agência estatal "IP" que "mais de 10 mil escolas" permanecem fechadas nesta segunda devido à greve dos professores.
A FEJ e os docentes agremiados no Comando de Unidade Sindical de Trabalhadores da Educação (CUSTE) continuarão com a greve até que o tema seja tratado no Parlamento.
A greve começou no mesmo dia em que estava previsto que os alunos voltassem às aulas após duas semanas de férias de inverno.
O ministro da Fazenda, Manuel Ferreira, rejeitou, em entrevista coletiva após o Conselho de Ministros, pedir a ampliação do orçamento para educação.
"Neste momento, há um aumento muito grande nos salários públicos, onde quase 83% das receitas tributárias são consumidas em salários. Seria muito irresponsável de nossa parte solicitar uma ampliação da ordem de US$ 100 milhões, além da justiça ou a injustiça que possa ter esta medida", declarou Ferreira.
"Acho que o setor sindical da educação deveria esperar os próximos 15 dias que faltam e discutir isto dentro do orçamento para o ano 2014 e não ser incorporado dentro de uma lei para este ano já que os recursos não estariam disponíveis", acrescentou Ferreira.
O presidente eleito, Horacio Cartes, que assumirá a presidência no próximo dia 15 de agosto, disse hoje que os estudantes são "os únicos prejudicados pelas greves e reprogramações de despesas".
"Temos que nos sentar e conversar entre todos para conseguir acordos e consensos e que essas discussões se façam de maneira pública, o que já não é aceitável é que os estudantes sejam reféns deste tipo de situações", afirmou Cartes.