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Minério

Greve no Chile paralisa maior produtora mundial de cobre

Os trabalhadores da empresa estatal chilena Codelco, a maior produtora mundial de cobre, paralisaram suas atividades em todo Chile nesta terça-feira (9), no marco de uma greve de 24 horas convocada para exigir melhoras trabalhistas e mudanças no modelo de exploração do cobre. Os trabalhadores da Codelco aderiram à mobilização, enquanto as os empregados das mineiradoras privadas apoiaram o protesto e começaram a trabalhar com uma hora de atraso, mas operaram normalmente durante a jornada.

Na companhia estatal disseram que a greve foi "ilegal" e injustificada, e cifraram em US$ 35 milhões o motante que a empresa deixou de ganhar pelo fechamento de suas oito divisões no país.

Raimundo Espinoza, presidente da Federação de Trabalhadores do Cobre (FTC), o principal sindicato de empregados da fábrica da Codelco, afirmou que a greve foi um êxito e avisou que as mobilizações podem se repetir no futuro se a empresa não atender suas exigências.

"Fomos capazes de paralisar cerca de 45 mil trabalhadores em nível de país. Recebemos um reslpado super importante", disse Espinoza aos jornalistas.

A Federação Mineira do Chile (FMC), que agrupa de trabalhadores de mineradoras privadas, respaldou a greve nas jazidas da Codelco, embora os mineiros representados por esta organização se limitaram a começar seus turnos de trabalho uma hora mais tarde do habitual.

Na mineira Collahuasi, a terceira produtora mundial de cobre, os trabalhadores não se somaram à greve e a empresa operou com normalidade, segundo informaram à Agência Efe fontes da companhia.

O presidente sindicato da Mineira Escondida, Marcelo Taipa, disse à Agência Efe que os trabalhadores dessa jazida, propriedade da australiana BHP Billiton, iniciaram suas atividades com uma hora de meia de atraso, embora disse que respaldam "100%" as exigências que motivaram a greve.

Os mineiros pedem melhora de suas condições de trabalho e exigem mudanças no modelo de gestão e exploração dos recursos mineiros no Chile.

Nesse sentido, reivindicam uma "nova nacionalização" do cobre para que os benefícios econômicos de sua exploração sejam totalmente para o Estado chileno.

"70% do cobre é explorado por empresas privadas. Se tivéssemos 100% do cobre, os estudantes não estariam nas ruas e haveria um sistema muito mais equitativo", declarou à Agência Efe Espinoza.

Apesar do ex-presidente Salvador Allende ter nacionalizado as principais minas de cobre em 1971, o regime de Augusto Pinochet (1973-1990) aproveitou um resquício legal para abrir a exploração à empresas privadas mediante um sistema de concessões.

Os mineiros pedem também "pensões dignas" e que seja colocado um fim no sistema do Chile, em que as Administradoras de Fundos de Pensões (AFP), que são empresas privadas que cotam na bolsa, manejam os fundos para a aposentadoria dos trabalhadores.

No âmbito laboral, solicitam a elaboração de um novo Código do Trabalho e que se reduza o uso de trabalhadores contratados para certas tarefas.

O presidente-executivo da Codelco, Thomas Keller, disse hoje que a administração da companhia sempre esteve aberta ao diálogo com os trabalhadores e seus representantes, e considerou que ações como esta greve não ajudam a solucionar os problemas da companhia.

"É um dia triste para a corporação, porque sentimos que falhamos em nosso compromisso de explorar as riquezas mineiras de forma responsável e em benefício de todos os chilenos", disse Keller após participar da inauguração da Semana Mundial do Cobre, realizada em Santiago.

"Esta paralisação não nos ajuda a enfrentar os desafios importantes que temos em produção; não vai deter a queda na lei de mineral; não vai nos ajudar a deter os aumentos de custos", comentou o executivo, que assegurou que espera que a situação retorne à normalidade na quarta-feira de manhã.

O presidente chileno, Sebastián Piñera, também comentou sobre os prejuízos causados para a economia com essa greve.

"Por isso, eu quero chamar todos meus compatriotas para que privilegiem sempre os caminhos do diálogo e dos acordos, porque só assim o Chile vai seguir crescendo, criando empregos, melhorando os salários, reduzindo a pobreza e criando mais oportunidades", disse o líder.

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