Paris - Pelo menos 560 mil manifestantes foram às ruas das cidades na França ontem, em protesto contra a lei defendida pelo governo que aumentará a idade da aposentadoria dos 60 para 62 anos. As greves, contudo, parecem perder força, com as refinarias retomando a produção e um número menor de cancelamentos nas viagens ferroviárias, afirmou o governo.
O problema foi maior para os voos. Um terço dos voos no Aeroporto Roissy-Charles de Gaulle foi cancelado, bem como metade dos voos previstos de e para o Aeroporto de Orly. Segundo o Ministério do Interior, 560 mil manifestantes protestaram ao redor do país, mas a central sindical Confédération Générale du Travail (CGT) afirma que 2 milhões de pessoas se manifestaram contra a reforma.
Agora os sindicatos e a oposição socialista pressionam o presidente Nicolas Sarkozy, que defende e lei, a que não sancione a matéria. Sarkozy deverá sancionar a lei em meados de novembro. A líder socialista Martine Aubry pediu ao presidente que escute a população. "Nós vamos lutar até o fim", ela disse.
Trâmites
Na última quarta-feira, a Assembleia Nacional aprovou a lei, que já havia passado pelo Senado. Agora, está aberto um período para que o texto possa ser contestado na Corte Constitucional, o que o oposicionista Partido Socialista já prometeu fazer.
No complexo portuário de Fos-Lavera, no sul do país, o terceiro maior do mundo, a greve perdura pelo 32.º dia consecutivo. Com isso, navios-tanque não conseguem entrar no porto com petróleo e partir com produtos refinados, informou um porta-voz do local. As greves em refinarias e portos provocaram a falta de combustível em vários postos nas últimas semanas. Atualmente, 85% dos postos estão com seus estoques normalizados.
Sete refinarias do país estão prontas para retomar as operações.